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Jornada de 30 horas é a principal cura para as doenças da enfermagem
quinta-feira, 21 de março de 2013
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O trabalhador da enfermagem é obrigado a conviver 24 horas por dia com as mais perigosas condições de insalubridade. O desgaste é constante e o adoecimento inevitável. As diferentes cargas de trabalho (riscos ocupacionais) comprometem tanto a saúde e a vida dos que atuam na enfermagem, como a sobrevivência dos pacientes. As diversas cargas são classificadas como Biológicas, Químicas, Físicas, Mecânicas, Fisiológicas e Psíquicas.
São muito comuns os acidentes pela exposição com fluídos humanos (Cargas Biológicas), que determinam doenças como hepatite B e C, AIDS etc. Os profissionais do setor também estão expostos a substâncias químicas nocivas. Estudo constatou a presença de 387 produtos químicos usados nas instituições de saúde (Cargas Químicas). As Cargas Mecânicas caracterizam-se por acidentes com materiais perfurocortantes, fraturas, torções e hematomas.
Estudos indicam a freqüência alarmante da violência no trabalho neste setor: cerca de 88,9% dos técnicos de enfermagem e 88,2% dos auxiliares de enfermagem foram vítimas de violência ocupacional (Cargas Físicas). As Cargas Fisiológicas são provocadas pelo trabalho em pé, postura inadequada, carga excessiva e rodízios de turnos de trabalho. Finalmente, as Cargas Psíquicas provocam desgaste mental de conseqüências devastadoras, resultando em transtornos comportamentais responsáveis pela 3ª maior causa de afastamento.
Todas essas terríveis condições somadas terminam por esgotar física e psiquicamente os integrantes da equipe multidisciplinar das instituições de saúde, levando-os a um alto nível de absenteísmos e “presenteísmo”. De toda a forma, está demonstrado que o sistema de saúde se estrutura numa organização de trabalho insalubre, que submete os profissionais de enfermagem à exaustão e ao desgaste físico, não permitindo a recuperação da força de trabalho.
Existem outras reivindicações importantes para a enfermagem, como o piso salarial, trabalho decente e a questão do dimensionamento, que também ocasiona a sobrecarga. No entanto, a principal cura para as doenças da enfermagem é a redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais.
Joaquim José da Silva Filho, secretário Geral do SinSaudeSP e diretor da Força Sindical