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Lulismo
terça-feira, 7 de setembro de 2010
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Existem muitas discussões sobre o lulismo. A maioria delas, enviesada.
Nem o conceito de populismo, agitado em São Paulo por acadêmicos de esquerda nos anos 60, nem o fenômeno da “troca de votos” entre a classe média e o subproletariado conservador das grandes cidades, dão conta da popularidade do presidente Lula.
Ela se apóia no acerto das políticas praticadas pelo governo que resultam em crescimento econômico com distribuição de renda, na amplitude das alianças que as têm garantido (em especial o papel mobilizador, unitário e democrático do movimento sindical) e no respeito às instituições, aos partidos e aos movimentos sociais, marca registrada de Lula.
Quando se colocou, por exemplo, para o 11º Congresso dos Metalúrgicos de São Paulo, em junho de 2009, a questão de se apoiar ou não um terceiro mandato para Lula, os delegados afirmaram que “se for válido constitucionalmente, se for viável politicamente e se for aceito pelo presidente” eles o apoiariam. Mas reafirmaram que, mantida a regra que não permite o terceiro mandato, “apoiaremos o candidato que representa o programa de avanços de conquistas sociais e democráticas e que se comprometa a realizar uma gestão voltada a ampliar as conquistas e direitos dos trabalhadores”. Lula demonstrou maturidade em não querer violar a regra constitucional que proíbe o terceiro mandato e os metalúrgicos referendaram este rumo, apoiando agora a candidata indicada por Lula.
Vou citar aqui, novamente, uma declaração do presidente Roosevelt sobre laços partidários e estadismo, de janeiro de 1940: “quanto mais tenho estudado a história americana e visto claramente quais são os problemas, tanto mais creio que o denominador comum de nossos grandes homens na vida pública não tem sido a fidelidade a um partido, mas o desinteressado devotamento com que procuram servir todo o país e a relativa falta de importância que atribuíram à política, comparada com a importância suprema da governança”.
Boa dica.
João Guilherme, consultor sindical