A luta pela reconstrução do Brasil e para a retomada econômica passa, necessariamente, pela redução do juros. Juros altos inibem o desenvolvimento e produção industrial, travam investimentos, atrapalham a geração de empregos e esmagam a renda da população. Não há país que sobreviva mantendo uma taxa de juros alta.
Fica claro que o compromisso do Banco Central não é com o país e sim em manter os privilégios e lucros do sistema financeiro. Quanto mais alto os juros, mais essa turma da gravata e do ar condicionado ganha através do rentismo desenfreado. A mentira de que é manter a taxa alta é para conter a inflação não tem sentido. Dos países do G20, somente o Brasil e a Índia mantem a taxa de juros maior que a inflação. Dados da Auditoria Cidadã da Dívida revelam que para cada 1% de aumento da taxa Selic (juros), o governo é obrigado a pagar R$ 34,9 bilhões da dívida pública ao setor financeiro.
É por isso que quando surgiu o projeto de tornar o Banco Central independente, o movimento sindical foi contra denunciando que aprovar um projeto desse era entregar a chave do galinheiro na mão das raposas. Infelizmente, com um Congresso tomado pela mentalidade neoliberal, o projeto foi aprovado. O resultado está aí. O BC fazendo o que bem quer da taxa e juros, estrangulando a retomada do pais e o governo de mãos amarradas. Uma vergonha.
Sérgio Butka
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, da Federação dos Metalúrgicos do Paraná (Fetim) e da Força Sindical do Paraná