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Menos demissões e mais qualificações nas empresas!
domingo, 30 de maio de 2010
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O desempenho da economia brasileira nestes últimos meses traz grandes mudanças, que temos que acompanhar e analisar com cuidado para garantir o melhor aproveitamento das oportunidades no sentido de garantir o desenvolvimento e a melhoria das condições de vida de toda a população.
As projeções de crescimento para o ano de 2010 indicam um índice de 6% e mesmo mais, o que mostra que poderemos entrar num ciclo virtuoso de melhora da economia e de crescimento do País. Mas também persistem dificuldades e obstáculos que devem ser superados para que o bom momento da economia se prolongue.
Hoje vários jornais e revistas assinalam que a retomada do crescimento traz um verdadeiro apagão na área de qualificação de trabalhadores, onde há vários tipos de profissionais que são procurados e não encontrados. Dados dos últimos anos do mercado de trabalho revelam que, anualmente, as empresas oferecem aproximadamente um milhão de vagas que não são preenchidas por falta de pessoal com as competências requeridas.
Neste momento de relançamento da economia, a procura por pessoal qualificado se amplia. Praticamente todos os setores em crescimento buscam resolver a falta de pessoal qualificado primeiramente no mercado interno, mas já surgem notícias de que estão trazendo trabalhadores de fora do País. Por exemplo: o Estaleiro Atlântico Sul (EAS), de Pernambuco, está trazendo 200 dekasseguis do Japão para atender no prazo as encomendas feitas pela Petrobras. Várias empresas estão buscando estudantes brasileiros que estudam no exterior para contratação antes mesmo que terminem seus cursos.
Mas no mercado de trabalho a falta de mão-de-obra qualificada é sentida em todos os ramos de atividades: na construção civil, na área de alimentação, comércio e reparação, educação e serviços, tecnologia de informações etc.
Frente a esta situação, os investimentos na qualificação profissional estão sendo ampliados tanto pelo governo estadual, com suas escolas técnicas do Centro Paula Souza, como pelo federal, através de várias Escolas Técnicas que foram recentemente inauguradas, além das iniciativas das próprias empresas, que assumem a responsabilidade de qualificar seus empregados para aproveitar as oportunidades deste período de crescimento da economia.
Mas a conjuntura de crescimento da economia exige maiores e melhores investimentos na qualificação profissional, e para tanto é necessário buscar recursos que atendam esta necessidade do mercado de trabalho e do crescimento do País.
Por outro lado, os recursos do FAT reservados ao seguro-desemprego em 2010, para atender aproximadamente 7.500 milhões de demitidos, têm um custo de mais de R$ 22 bilhões. Estes trabalhadores a serem atendidos pelo seguro-desemprego fazem parte de um universo de mais de 16,6 milhões de funcionários que serão demitidos.
Possivelmente, com o crescimento da economia, o setor patronal diminua a rotatividade de sua mão-de-obra, buscando preservar o pessoal mais qualificado, já que as demissões têm sido um uso e abuso na tentativa de baixar seus custos. Caso assim aconteça, podemos esperar menor índice de desemprego e uma menor utilização dos recursos do seguro-desemprego. Assim, o orçamento do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) terá uma economia dos gastos com o seguro-desemprego.
A projeção do custo do seguro-desemprego para o ano de 2010 corresponde a mais de R$22 bilhões. Uma queda de 10% nas demissões permite uma sobra de mais de R$2 bilhões, que pode perfeitamente ser utilizada na qualificação profissional. E, como sabemos, um trabalhador qualificado ganha mais, pode oferecer melhor qualidade de vida para sua família e tem mais estabilidade no emprego do que um trabalhador sem especialização.
A tarefa de encaminhar e resolver nossas carências de qualificação dos trabalhadores pode ser resolvida sem termos de buscar novas fontes de recursos e financiamento. Basta colocar este objetivo nas prioridades da ação sindical e buscar as parcerias que permitam a solução deste grave problema que está dificultando e atrasando o desenvolvimento do Brasil.
Vamos diminuir as demissões e a rotatividade nas empresas!
Vamos qualificar os trabalhadores para garantir um futuro melhor para todos!
Sergio Luiz Leite
1º Secretário da Força Sindical
Presidente da Fequimfar
Representante da Força Sindical no Codefat