
Cumprindo uma promessa de campanha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu, mais uma vez, retirar o Brasil do Mapa da Fome.
Na semana passada, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura anunciou que o país deixou o Mapa da Fome, após um período de sete anos. Menos de 2,5% da população se encontra em situação de risco, subnutrição ou de falta de acesso à alimentação adequada.
Trata-se de uma conquista a ser comemorada, uma vez que foi obtida em apenas dois anos de governo, cujo objetivo inicial era erradicar a fome até o término do mandato de Lula, em 2026. O resultado não deve ser ignorado, uma vez que outras nações da América Latina, como Argentina, México e Chile, ainda não alcançaram o nível considerado ideal.
Em 2014, sob a administração da presidente Dilma Rousseff, o Brasil deixou de figurar no Mapa da Fome pela primeira vez. Resultado da política de redistribuição de renda e de combate à fome iniciada nos governos anteriores do presidente Lula. Entretanto, o golpe de 2016, apoiado pela elite capitalista, limitou as políticas públicas e conduziu a nação para as trincheiras do precipício.
Apesar de ser autossuficiente na produção de alimentos, com a desarticulação das redes de amparo à população mais vulnerável e das políticas de segurança alimentar, o país retornou ao Mapa da Fome em 2018. A pandemia, associada à abordagem desumana das políticas implementadas por Bolsonaro, intensificou a situação.
Ao tomar posse, em janeiro de 2023, Lula encontrou um verdadeiro cenário de guerra devido ao elevado índice de mortalidade infantil entre os Yanomami, ocasionado pela desnutrição. A sobrevivência do povo Yanomami chegou a ser comprometida devido à poluição das águas fluviais e do solo em decorrência da atividade de garimpo clandestino.
Em 2010, durante o segundo mandato de Lula, o direito à alimentação foi inserido como um direito social no Artigo 6º da Constituição Federal.
A saída do Brasil do Mapa da Fome é uma vitória do governo Lula e um exemplo de como a distribuição de renda, através da geração de empregos e programas sociais, consegue modificar a vida de milhões de pessoas. A fome no Brasil, assim como na maior parte do planeta, não decorre da falta de alimentos, mas sim da impossibilidade dos mais pobres de dispor de recursos para adquiri-los.
Eusébio Pinto Neto,
Presidente do Sinpospetro-RJ e da Fenepospetro