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Artigos
Movimento e Instituição
quinta-feira, 27 de junho de 2013
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Na vida política de uma sociedade há sempre uma tensão entre os movimentos e as instituições, assim como há uma contradição entre mercado e urna no capitalismo.
Na semana passada no Brasil, um movimento sem nome tomou conta das ruas e contestou de maneira espontânea, vibrante, um disciplinada e poderosa algumas das instituições consagradas, embora fizesse apelo ao Estado provedor e se desenvolvesse sob a égide da mais poderosa das instituições- a Constituição de 1988.
Esta semana corrente estamos vendo a busca de um reequilíbrio entre o movimento (e suas aspirações manifestadas em palavras de ordem, faixas, bandeiras e cantorias) e as instituições. Agora, o essencial é adequar o institucional aos clamores do movimento, levando-o ao atendimento das exigências dos jovens e das ruas e afastando-o dos procedimentos frios do mercado, que sempre quer tirar as castanhas do fogo com mão de gato e, sobretudo, dos inimigos da democracia.
Além das propostas e encaminhamentos dos agentes políticos que marcam essa nova etapa de reinstitucionalização, quero destacar desta fase a reunião das centrais sindicais e suas resoluções.
Reunidas em São Paulo todas as centrais sindicais existentes (não apenas as reconhecidas por lei), o MST e a UNE, resolveram, por unanimidade, apesar das diferenças entre as diversas explicações dos acontecimentos, adotar um conjunto de reivindicações e um cronograma de lutas capaz de colocar a pauta trabalhista no centro das aspirações do movimento das ruas e orientar o seu encaminhamento institucional.
Preparando-se para a reunião com a presidente da República pretendem insistir com ela na retomada de um diálogo permanente entre os poderes da República e os poderes sindicais e exigir medidas que garantam os direitos e ampliem as conquistas dos trabalhadores – a pauta trabalhista, além de um curso produtivista e avançado para a economia.
As centrais sindicais unidas e os movimentos sociais reforçarão as pautas da CONCLAT do Pacaembu e da 7 marcha do dia 6 de março, com o DIA NACIONAL DE LUTA PELA DEMOCRACIA E PELOS DIREITOS DOS TRABALHADORES, com greves, manifestações e mobilizações no dia 11 de julho. Têm experiência acumulado para tanto.
E, desde já, preparam a 8 marcha a Brasília, no início de agosto, quando da retomada dos trabalhos legislativos.
Nesta etapa atual da luta em que as instituições sindicais reforçam o movimento, quem tiver mais garrafinhas para trocar se fará ouvir com mais facilidade.
João Guilherme Vargas Neto, consultor sindical