Mesmo com todas as dificuldades que enfrentam, as mulheres continuam lutando pelo seu espaço na sociedade, no mundo do trabalho e na economia. Durante a pandemia da covid-19, elas foram as primeiras ficarem desempregadas e aquelas que conseguiram se manter no emprego por meio do home office viram a sua jornada de trabalho triplicar. Não podemos mais aceitar que as crises econômicas sejam motivos para retrocessos nos direitos femininos. Esse é um problema que devemos enfrentar juntos.
Além das dificuldades relacionadas ao emprego e à renda, algumas mulheres tiveram que enfrentar o aumento da violência doméstica. Para combater esse tipo de crime, me uni a outros parlamentares para a aprovação de leis mais duras contra os agressores e assassinos de mulheres. Eu, que venho de uma família de mulheres fortes e guerreiras, jamais aceitaria tal atitude.
Muito me orgulha dizer que o meu trabalho sempre beneficiou as mulheres, seja com melhorias em leis já existentes, como aumento do período da licença maternidade para todas as trabalhadoras, ou com novas conquistas. Também lutei pelos direitos das mães de prematuros para que elas pudessem ser contempladas com a licença-maternidade após a alta hospitalar de seu bebê.
E não só isso. Votei favorável aos direitos das empregadas domésticas. Hoje, essas profissionais têm carteira assinada graças à luta de sindicalistas e de parlamentares defensores dos trabalhadores.
Outros direitos pelos quais lutei no Congresso também favoreceram as mulheres, como a multa de 40% do FGTS para trabalhadores demitidos sem justa causa; a valorização do salário mínimo, extinta pelo atual governo. Este último será recuperado e já estamos lutando por isso.
Desigualdade salarial
É verdade que ainda temos muito para conquistar. Até hoje, as mulheres sofrem com salários desiguais mesmo quando desempenham a mesma função dos homens.
Em algumas categorias, a diferença salarial é quase de 40%. É o caso das profissionais metalúrgicas. Só para se ter uma ideia da discrepância salarial, elas ganham 36% a menos do que um homem, mesmo com mais anos de estudos. Os dados são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgados em 2021.
Em todo país há 350 mil mulheres no segmento metalúrgico, o que representa 18,20% da categoria. Mas mesmo com tanta representatividade, elas recebem bem menos que os homens.
Para dar exemplo dessa diferença salarial, vamos comparar o salário médio de um metalúrgico que trabalha em funções ligadas diretamente à linha de produção. Enquanto os homens recebem R$ 3.123,00, as mulheres ganham em média R$ 2.164,00.
Infelizmente, de forma geral, o salário das mulheres é em média 22% menor do que o dos homens. Essa é uma realidade que deve ser combatida e é o que tenho feito na Câmara do Deputados.
Tenho lutado para que todas as profissionais recebam o salário igual aos dos seus colegas homens quando desempenham a mesma função. Se o trabalho é o mesmo, por que elas ganham menos? Isso é uma questão de justiça.
Mulher na política
Elas também têm menos representação política. Não podemos ignorar o fato de que, quanto menor o número de mulheres no Congresso e no Poder Executivo, menores são as chances de direitos serem conquistados. São elas que reconhecem as pautas necessárias para mudar a vida de cada brasileira.
Com elas no parlamento, muitos projetos, como o de igualdade salarial, poderão sair do papel e serem de fato implementados. Dar voz às mulheres é importantíssimo, ainda mais em época de retrocesso.
Acredito no poder da mulher na política, acredito na sua força e resistência para mudarmos o Brasil. Não à toa o Solidariedade e a Fundação 1º de Maio têm investido na formação política de centenas de mulheres. A finalidade é incentivá-las e qualificá-las a concorrer a um cargo político, a fim de lutar pelos direitos femininos e tornar o país mais democrático.
Feliz Dia da Mulher!
Paulinho da Força, deputado federal e presidente do Solidariedade