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Nas ruas, por indústria forte!
sexta-feira, 14 de agosto de 2015
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Força Sindical, UGT e CGTB são as entidades de trabalhadores que vão se unir a empresários do setor produtivo em manifestação pelo resgate da indústria brasileira. Será na avenida Paulista, em São Paulo, nesta quinta (13).
Há décadas, a indústria perde força perante o Produto Interno Bruto. Isso tem explicações básicas: a primeira, e mais evidente, é que o País carece de uma política industrial efetiva. Sem essa política, a indústria patina e vê crescerem o comércio e o setor de serviços.
A bem da verdade, o Brasil, nos últimos anos, surfou na onda das commodities, com excelentes resultados na exportação, valendo-se de um ciclo de aumento no preço desses produtos (minério de ferro, soja etc.). Esse ciclo se esgotou.
A segunda explicação é: mesmo com faturamento em alta, crédito farto, isenção de impostos na folha e mercado interno em expansão, o Estado e a indústria não fizeram o necessário empenho para enfrentar a concorrência estrangeira desleal, abrir mercados no exterior ou, ainda, preparar a mão de obra competitiva frente à alta qualificação dos trabalhadores dos países mais ricos.
Em razão dessa inoperância e dos erros, o fato é que a indústria perde força. O enfraquecimento da indústria induz ao empobrecimento do País, além do que gera desemprego e estimula o trabalho precário, se não nas empresas-chave dos ramos, na cadeia produtiva que serve às maiores. A precarização do trabalho se expressa, também, no arrocho salarial e no aumento dos acidentes e doenças do trabalho. Mais acidentes e doenças, mais despesas previdenciárias e aumento dos gastos públicos.
Em fevereiro deste ano, nosso Seminário da diretoria e assessorias teve como slogan “Direitos, emprego e indústria forte”, expressando preocupação real ante tão importante desafio. Portanto, quinta, o Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região irá com força ao ato na Paulista.
O Brasil é a sétima economia do mundo e tem condições de avançar mais. O crescimento da indústria, apoiado no crédito, no mercado interno e na melhora da nossa infraestrutura (portos, estradas, ferrovias, armazenagem etc.) é o caminho seguro para continuarmos avançando.
Já escrevi neste espaço, mais de uma vez, que a luta no mundo de hoje não é entre capital e trabalho, esquerda e direita. A grande batalha é entre o setor produtivo e o especulativo. Ou seja, entre quem busca ganhos por meio do trabalho e quem quer obter frutos financeiros sem esforço, só à base da especulação.
Lamentavelmente, nossa presidente Dilma resolveu fazer política voltada aos interesses dos especuladores financeiros, deixando de lado a grande força na oferta de emprego, que é a indústria.
Volto a observar que o resgate da indústria depende da soma de esforços entre trabalho, capital e governantes. Mas todos os níveis de governo. Muito pode ser feito no âmbito dos Municípios e dos Estados. Esse esforço coletivo tem um sentido patriótico, que nos motiva a fazer um forte ato em defesa da indústria, pela garantia dos empregos e contra os juros altos, nesta quinta, em São Paulo.
José Pereira dos Santos,
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
E-mail: pereira@metalurgico.org.br
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Blog: www.pereirametalurgico.blogspot.com