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Novas condições
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
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O movimento sindical deve se preocupar, desde já, em adequar suas ações ao quadro novo criado na realidade brasileira pela vitória eleitoral da candidata Dilma no primeiro turno.
Esta vitória expressa o apoio maciço às políticas do presidente Lula e a compreensão de que a nova presidenta vai continuar no rumo que tem garantido progresso e respeito aos direitos.
O movimento sindical que unitariamente apoiou este desfecho e contribuiu para ele, deve, no entanto, se preparar para atuar nas novas condições criadas.
É bom frisar que, correspondendo à vitória majoritária no primeiro turno, deverá ser garantida a vitória dos nossos candidatos proporcionais, para quem não há segundo turno. Essa tarefa é decisiva na atual etapa que precede a votação.
Em primeiro lugar o movimento deve preservar sua unidade de ação, chave de conquistas e chave do esforço eleitoral vitorioso.
Em segundo lugar deve procurar influir nas composições políticas emergentes do novo quadro (que depende ainda das correlações de força nas eleições proporcionais); é preciso começar a pensar em nomes capazes de representar os interesses amplos do movimento e dos trabalhadores na nova conjuntura. Isso tem que ser feito, por exemplo, na batalha pelo aumento real do salário mínimo, que deve ser o último do governo Lula, mais que o primeiro do mandato de Dilma.
O ano de 2011 será um ano onde se farão necessários ajustes na economia. Quando há crescimento econômico – e crescimento forte – surgem naturalmente desequilíbrios que precisam ser corrigidos e cuja arbitragem sempre põe em confronto interesses diferentes.
O movimento sindical deve se preparar para estes embates levando em conta que o padrão de seu relacionamento com a nova presidenta não será o mesmo que tinha com o presidente Lula. É preciso mais unidade, mais mobilização, mais clareza e, sobretudo, mais formalidade no relacionamento.
Ainda continuo sentindo falta de uma edição portátil e milionária das resoluções da Conclat, como base firme para as ações necessárias do movimento sindical.
João Guilherme, consultor sindical