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O ano misterioso
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
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Com todos os acontecimentos retumbantes que se sucederam ao longo dos meses o ano de 2013 guarda, para os olhos do movimento sindical, um mistério.
Um crescimento econômico medíocre, alguns falando em travamento da economia e outros em esgotamento do modelo, ao mesmo tempo em que o emprego formal cresce e os ganhos reais de salários sobem em quase todas as categorias e regiões do Brasil.
Este é o grande mistério do ano que vai terminando e entendê-lo ou decifrá-lo é tarefa essencial para traçar os rumos sindicais em 2014.
O primeiro passo para o esclarecimento é a compreensão de que o modelo não se esgotou e, pelo contrário, sua lógica – mesmo que contrariada pelos adversários rentistas – mostra sua força: na contramão do mundo inteiro a economia brasileira tem precisado do emprego e do salário em altas para se manter e avançar, mesmo que a baixa velocidade.
Há, felizmente, certas conquistas, como a da política de aumento real do salário mínimo, que viraram um terceiro trilho de metrô, aquele no qual não se pode pisar sem risco de ser eletrocutado.
Outro elemento para decifrar o mistério é o continuado empenho do movimento sindical em reivindicar a pauta trabalhista e, ao mesmo tempo, mobilizar os trabalhadores e garantir campanhas e negociações vantajosas de salários. O jornalista João Franzin tem anunciado repetidamente o valor monetário adicionado à economia por meio dos ganhos salariais dos trabalhadores; as grandes ruas onde se concentra o comércio popular regurgitam de compradores e o consumo continua sendo a alavanca da situação econômica.
E, por último, a grande chave que desvenda o misterioso ano de 2013, é a unidade de ação do movimento; ela garante os ganhos referidos acima e mais o empenho pelo avanço de outras reivindicações, como a inutilização do fator previdenciário e a correção da tabela do imposto de renda e a ampliação de suas faixas.
Persistir no rumo econômico que privilegia emprego e salários, garantir conquistas salariais e empenho na defesa da pauta trabalhista e reforçar a unidade de ação, eis as chaves que abrem as portas do mistério de 2013 e nos posicionam, com vantagem, em 2014.
João Guilherme Vargas Netto, consultor Sindical