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O avanço da direita é um desafio para o movimento sindical
segunda-feira, 8 de setembro de 2025
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A exploração da força de trabalho no Brasil está profundamente arraigada e é um tema recorrente nos livros de história, abrangendo a colonização, o regime escravocrata e a industrialização. Nunca foi fácil para os trabalhadores brasileiros, mas com o avanço tecnológico e a reorientação para o investimento de capital, a batalha da classe trabalhadora se tornou ainda mais desafiadora.
Os ataques severos ao movimento sindical visam desarticular e desestabilizar as entidades de classe que representam os trabalhadores. Lamentavelmente, a direita conseguiu identificar nossas vulnerabilidades e fortalecer sua estratégia de exploração por meio do golpe de 2016. O fortalecimento do setor patronal e o enfraquecimento da nossa batalha por direitos e igualdade social foram concretizados com o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
É do conhecimento de todos que a força da classe trabalhadora está fundamentada na unidade. A união é o nosso instrumento de luta. Entretanto, o nosso egocentrismo e vaidade obstruem a formação dessa unidade essencial para confrontar o capital, que possui uma habilidade notável em explorar essa situação. Enquanto dilapidamos a nossa força, o capital avança o seu domínio ao empregar, demitir e patrocinar a direita pelo mundo.
O capital não facilita para ninguém, nem para os seus protegidos. É ilusório pensar que o capital irá conceder vantagens ao trabalhador na mesa de negociação. O movimento sindical deve desafiar e pressionar para avançar nas conquistas dos trabalhadores. As conquistas são alcançadas por meio de estratégias, estudo, técnicas de negociação e, acima de tudo, resistência.
O poder econômico só cede quando dói no bolso. Sem recursos para fazer greve, estamos nas mãos dos patrões. O sindicalismo se rendeu ao cansaço, perdeu seu glamour e deixou de ser atrativo para a classe trabalhadora. Há algum tempo em que venho afirmando que esse é o momento de reagir. Ou restabelecemos nossa dignidade e respeito, ou morremos de joelhos.
Como um autêntico baiano, que enfrentou os anos de chumbo, me nego a ceder. Fui moldado na batalha e nunca abandonarei meus princípios.
Eusébio Pinto Neto,
Presidente do Sinpospetro-RJ e da Fenepospetro