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O carnaval social da Tuiuti
segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018
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Na década de 1980, fui passista da escola de samba Mocidade Amazonense, em Santos, da Unidos do Peruche, em São Paulo, e da Unidos de Viradouro, no Rio de Janeiro.
Por incrível que pareça, não gosto de carnaval, mesmo tendo sido diretor e passista de blocos carnavalescos. Porém, sou casado há mais de 25 anos com uma amante dessa festa popular e tenho que acompanhá-la.
Mas o importante, aqui, é falar sobre o desfile das escolas do grupo especial do Rio de Janeiro, em razão dos temas lá abordados, especialmente pela Paraíso do Tuiuti.
A estação primeira da Mangueira e a campeã Beija Flor de Nilópolis também fizeram critica social, mas a escola do bairro de São Cristóvão deu um show, especialmente em dois momentos.
O primeiro, na ala dos patos da Fiesp, a federação das indústrias do estado de São Paulo. A outra, no carro alegórico das carteiras de trabalho, criticando a reforma aplicada no final do ano passado.
A ala dos patos manipulados foi maravilhosa. O que se passou na cabeça desses milhares de brasileiros e brasileiras que, mesmo não fazendo parte da elite econômica, foram às ruas defendê-la?
Nas praças e avenidas, com a camisa amarela da confederação brasileira de futebol, cujo presidente daquela época está preso, apoiaram o afastamento da presidenta Dilma.
Com as camisas da seleção brasileira, pediram o fim da corrupção e hoje percebem que foram usados como massa de manobra pela Fiesp, essa sim, uma entidade elitista.
Foi também um show a ala que criticou a reforma trabalhista. Os trabalhadores e trabalhadoras só perceberão o quanto perderam com a reforma quando forem buscar seus direitos na justiça.
A reforma foi benéfica somente para os grandes empresários e mais triste eu fico ao perceber que muitos sindicalistas foram também usados como ‘patos de manobra’ pela Fiesp.
Parabenizo a festa popular, em especial a Tuiuti, que mostrou ao povo como é manipulado. Os erros políticos devem ser corrigidos pelo voto e não por golpes organizados pela elite econômica.
Zoel Garcia Siqueira, diretor financeiro do Sindserv Guarujá