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O Compromisso pelo Desenvolvimento e o “reboot”
segunda-feira, 21 de março de 2016
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Não tenho muita intimidade com o computador. Sou um usuário tímido e inseguro. Às vezes, quando ele travava eu fazia um “reboot”, ou seja, tirava da tomada e tornava a ligar para ver se ele voltava a funcionar. Um técnico me advertiu que um “reboot”, que às vezes é miraculoso, pode também danificar a máquina e eliminar programas importantes. Passei a ficar cabreiro com o “reboot”.
O impeachment (ou qualquer golpe contra os resultados eleitorais consagrados), apesar de clamado pela mídia, pela classe média e pelos meios empresariais, médicos e jurídicos, é um “reboot” na sociedade. Pode ou não funcionar, pode ou não desestruturar as instituições, pode ou não eliminar programas ou fazer rodar programas desnaturados.
É pensando assim, pensando nas consequências de um “reboot”, que acredito que as forças interessadas em enfrentar e resolver os verdadeiros problemas decorrentes da recessão, do desemprego e do desalento devem ter o Compromisso pelo Desenvolvimento como mapa da mina de uma recuperação social e política, baseada em dois grandes subsistemas sociais, o movimento sindical dos trabalhadores e o movimento empresarial produtivista.
O seu acerto pode elevar também o bom senso institucional das forças políticas e o respeito à Constituição.
Eles, os dois movimentos, se apresentam hoje com uma simetria bem definida: no movimento sindical dos trabalhadores os que são contra o impeachment acomodam-se com os que não afirmam posições radicais, enquanto que no movimento dos empresários os favoráveis ao impeachment acomodam-se com os que buscam saídas sem a ruptura.
Os pontos de coincidência destes dois segmentos configuram uma linha consensual em torno do Compromisso pelo Desenvolvimento, com seus sete eixos temáticos e com a afirmação de que, qualquer que seja a saída político-institucional da crise (exceto uma ruptura ditatorial), o Compromisso pelo Desenvolvimento tem capacidade de agregar forças construtivas, seja para reconstrução da governabilidade atual, seja para evitar o desmanche social e nacional que pode ocorrer com o “reboot”.
João Guilherme, consultor sindical