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O Globo e o Estadão tentam convencer trabalhadores ao suicídio coletivo de direitos
segunda-feira, 1 de agosto de 2016
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Em um fatídico dia de 1.979, na Guiana Francesa, o persuasivo líder Jim Jones convenceu 918 pessoas a cometer suicídio coletivo. Anos depois, em 1.997, um novo guru acabou conduzindo 39 membros da seita americana “Portal do Céu” a fazer a mesma coisa. Já em Uganda, no ano 2.000, centenas de pessoas também se suicidaram, em massa, coletivamente, crentes de que esse era o “caminho da salvação” para suas vidas.
Essas tragédias nos provam que, por meio da palavra, o ser humano pode ser convencido de qualquer coisa. Os jornais O Globo e o Estadão parecem saber muito bem disso. Estão tentando convencer os trabalhadores de que a salvação do Brasil é o fim dos direitos dos próprios trabalhadores. “A sua salvação é a sua degola”.
De forma orquestrada, vendem a mentira de que a salvação dos empregos passa pela eliminação de conquistas históricas consagradas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e pela terceirização de todos os postos de trabalho. Nos últimos dias, esses jornalões têm publicado, de forma orquestrada, uma série de ataques aos direitos sociais, em discurso alinhado com entidades como a Confederação Nacional da Indústria, a CNI, que dias atrás defendeu a jornada de 80 horas semanais.
Omitem vergonhosamente o fato de que entre os anos de 2003 a 2012, o Brasil cresceu muito bem e multiplicou seu PIB sem mexer uma vírgula nos direitos trabalhistas e na CLT, superando, inclusive, uma crise mundial sem sofrer grandes abalos internos.
Estaríamos despreocupados, não fosse a história real dos suicídios coletivos, não fosse o fato de que regimes totalitários como o facismo e o nazismo terem avançado com amplo apoio popular, em suas épocas. Não é o caso. A história nos mostra que é preciso ficar atento. Denunciar a mentira, por mais absurda e inacreditável que ela seja, impedindo que ela venha a “se tornar verdade” por meio da repetição exaustiva – conhecida técnica do marketing nazista.
Por isso, repudiamos e denunciamos a tentativa dos jornalões de tentar obter apoio de trabalhadores na destruição dos seus próprios direitos. Vamos, cada vez mais, nos unir e assumir à frente desse processo de resistência contra tentativa perversa dos barões da mídia, da indústria e dos bancos de atentar contra os trabalhadores. Nosso repúdio a esse comportamento deplorável da mídia e a sua proposta de suicídio coletivo dos direitos trabalhistas! Vamos para a ação! Vamos para a luta! Suicídio coletivo dos direitos trabalhistas, não!
Sérgio Butka é presidente da Força Paraná e do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba