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O que buscamos é a dignidade!
quinta-feira, 3 de agosto de 2017
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As grandes lutas da época moderna são todas travadas no campo da cidadania, dos direitos civis e no combate à desigualdade e à discriminação.
A última grande luta levada a efeito pelo povo brasileiro, nesse campo, se deu na Assembleia Nacional Constituinte. Naquele cenário, as forças políticas travaram suas batalhas, cujo resultado é a Constituição-cidadã, que resgata os direitos individuais, amplia os direitos sociais e restabelece os pilares do Estado democrático.
O movimento sindical luta principalmente no terreno econômico. Essa condição passa a impressão falsa de que o sindicalismo é corporativista, ou seja, que atua apenas em prol de um grupo social. Nada mais errado.
Ao defender o direito ao emprego, Piso salarial, jornada suportável, segurança no trabalho, igualdade entre trabalhadores e trabalhadoras, qualificação profissional, acesso à Justiça e a organização sem repressão, o movimento sindical reforça a luta cívica. Ou seja, atua pela construção de um País mais justo e moderno.
Por não ter um caráter marcadamente ideológico e de confronto direto com a classe patronal, o sindicalismo, no final das contas, age como uma força de paz, de paz social. Evidente que o confronto fábrica por fábrica, loja por loja, repartição por repartição, acabaria se espraiando para a base social, gerando um ambiente de permanente conflito e atrito. E isso não ocorre.
Mesmo assim, mesmo atuando como uma força de paz, o sindicalismo é atacado pela classe dominante, de várias formas. A forma mais violenta de que se tem notícia é a reforma trabalhista proposta pelo grande capital e acolhida pelo governo Temer.
De uma só vez, sem debater com o sindicalismo, desmonta-se a CLT, com a alteração de 115 artigos. Ataca-se a organização sindical, via bloqueio da mais antiga forma de custeio, que é o imposto sindical. E se retira o poder da Justiça do Trabalho, que, além de defender o trabalhador, ajuda o Estado a arrecadar mais Fundo de Garantia e recursos à Previdência Social.
Eu esperei o tempo necessário para emitir um juízo mais duro sobre a reforma trabalhista. E digo: ela é violenta, ela é atrasada, ela agride o mundo do trabalho, ela desorganiza a própria base produtiva, ao dar todo poder ao capital e jogar o trabalho na precariedade e na insegurança jurídica.
Portanto, mais que defender direitos, o combate às maldades da reforma defende os valores do trabalho e a própria dignidade humana.
José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
e secretário nacional de Formação Sindical da Força Sindical
E-mail: pereira@metalurgico.org.br
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