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O que está por trás da Previdência?
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
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Estamos indignados. O Governo mostrou que nos últimos meses que a questão dos aposentados não é prioritária e a ameaça de retrocesso aos tempos de FHC, quando fomos massacrados e até chamados de vagabundos, parece reacender.
Há uma articulação clara de desmonte do nosso sistema Previdenciário na mídia, tentando envolver a sociedade para que olhe torto para o sistema. Primeiro eles vem afirmando que o sistema é deficitário. Se isso fosse verdade, como é que o Governo conseguiria retirar 13 bilhões do nosso caixa para dar aos empresários?
Recentemente, na revista época, o ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, disse claramente que o “Governo precisa investir nos Jovens e não nos velhos e que a Previdência é o grande risco das contas públicas”. Ora, primeiro temos que saber para quem Maílson trabalha: ele é representante dos grandes bancos, os mesmos que ganham milhões com o consignado para os aposentados e que têm o sonho de ampliar o grande tesouro da Previdência Privada. Maílson trabalha para esta corja que quer derrubar o sistema público de previdência para vender os planos privados.
Não se esqueçam que esta lógica começou no sistema de saúde pública, que foi sucateada para que os banqueiros nos obrigassem a comprar os famigerados planos de saúde. Depois a Educação pública foi sucateada para que os Empresários do setor Privado pudessem oferecer os seus serviços e, agora, eles querem fazer o mesmo com a Previdência Social.
A lógica deles é fazer com que o Governo arroche cada vez mais o sistema Previdenciário, obrigando os trabalhadores a fazer um plano Previdenciário Privado. Esse é o Maílson da Nóbrega, o ministro medíocre que fracassou no combate a inflação e que hoje é consultor dos banqueiros. Aliás, o nosso Sindicato está estudando à luz do Estatuto do Idoso, uma forma de processá-lo pelo artigo.
O pior é que esta atmosfera parece contaminar o Governo. Hoje, quem manda lá é outro economista coleguinha do Maílson, chamado Guido Mantega. O que eles se esquecem, é que os idosos deste país somarão 1/3 da população em 20 anos e que São Paulo em 10 anos terá mais idosos do que jovens até 14 anos, segundo projeções do SEADE. Ora, a taxa de natalidade está caindo assustadoramente no Brasil e chegará a 1,8% nos próximos anos.
Vale lembrar ainda que, em apenas 20 anos, a Índia ousou em fortalecer o seu mercado interno, investindo na sua população, desprezando as exportações. O resultado disto: a classe média passou de 8% para 45%. Lembrando que a cada 10% de aumento, se acrescentam 0,5% de aumento no PIB. Portanto, cada vez mais o mercado interno brasileiro terá a participação dos aposentados pensionistas e idosos deste País. Só o Governo, sabe-se lá movido a quais interesses, prefere não enxergar.
João Batista Inocentini, Presidente do Sindicato Nacional dos Sindicato Nacional dos Aposentados