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O que o Brasil precisa saber
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
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Se o Brasil vive hoje um ciclo firme e permanente de crescimento econômico, quase que imune aos abalos internacionais e a possível recessão nos Estados Unidos, isso se deve ao fortalecimento do mercado interno. As estimativas indicam que quase 20 milhões de pessoas deixaram a linha da miséria e passaram a consumir. Milhões de empregos foram criados e outros tantos deixaram a informalidade.
Vários fatores contribuíram para que isso acontecesse. Os programas sociais criados nos últimos 12 anos, a estabilidade da moeda e da inflação e o crescimento das exportações.
Mas há um ingrediente que deu o empuxo definitivo para essa arrancada dos últimos dois anos. E ela se deve a atuação do movimento sindical, dos sindicatos e das centrais.
Foram as centrais sindicais que negociaram o aumento real do salário mínimo, que deve subir de R$ 380 para cerca de R$ 410 este ano. Só na Previdência Social, cerca de 15 milhões de beneficiários recebem o mínimo. No ano passado, esse aumento do mínimo injetou mais de R$ 40 bilhões na economia do país.
Foram as centrais sindicais que também negociaram com o governo a correção da tabela do imposto de renda em 4,5% no ano passado. Só está correção fez circular na economia cerca de mais R$ 4 bilhões.
Foram as centrais que negociaram regras mais flexíveis e juros menores para o crédito consignado, descontado em folha, que aumentou o poder de compra de assalariados e pensionistas.
Por fim, 97% dos acordos fechados pelos sindicatos no ano passado trouxeram, segundo o Dieese, reajustes de salário acima da inflação. Isto, sem contar outros benefícios, como participação nos lucros.
Isso que o empresariado brasileiro precisa entender: que o aumento do poder aquisitivo dos brasileiros e a redução da desigualdade é que vai fazer o Brasil crescer. O aumento da massa consumidora, do mercado interno, com distribuição de riqueza é que vai dar o impulso para tornar o Brasil um bom país para todos. E não só para a minoria que até hoje viveu da exploração do trabalho.
Danilo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical São Paulo