Imagem do dia
Enviar link da notícia por e-mail
Artigos
O que realmente interessa
quinta-feira, 12 de março de 2015
Artigos
Do cientista ao operário. Do empresário ao ambulante. É inquestionável que o Brasil está atravessando uma séria crise, que já afeta a todos nós trabalhadores e trabalhadoras, de uma maneira ou outra. É não é apenas uma crise econômica. É, também, política e institucional. Não há como sair desta crise a não ser atacar nos três frontes. Mas, acima da crise, está o estado de direito. Para lutarmos por mudanças, por um País mais igualitário e justo, precisamos da democracia. Temos uma Constituição em vigor e precisamos respeitá-la. Temos de respeitar o resultado das urnas, vontade da maioria.
Querer mudar a regra no meio do jogo não é democracia. O que cobramos e exigimos é que as denúncias sejam apuradas de maneira isenta e os culpados, punidos na forma da lei. Aliás, protestar e cobrar são direitos garantidos pela Constituição e todos nós devemos exercê-los! Os protestos são legítimos, desde que sejam sem violência, sem discriminação entre ricos e pobres, etc… Afinal, vivemos no mesmo país e temos que conviver em harmonia e lutar para diminuir as diferenças.
No campo político, o que tem de mudar – e já – é o sistema que propicia a corrupção. Não é de hoje que está claro que precisamos de Reforma Política que, de fato, torne mais autêntico e legítimo o sistema político e o regime representativo, com o aperfeiçoamento das regras de funcionamento das instituições públicas e a forma de ocupação de funções públicas. Com eleições cada vez mais caras, a realidade atual é: quem tem dinheiro consegue se eleger; quem não tem, não consegue. É um círculo vicioso.
No campo econômico, o que precisamos no momento é de coalisão para a retomada do crescimento. É necessário fomentar o setor produtivo para que gere empregos e, assim, faça a roda da economia girar. Nesta semana, por exemplo, integramos a comitiva de representantes de seis centrais sindicais que reuniu-se com a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e sindicatos patronais. Vamos nos posicionar em conjunto pela revogação das medidas provisórias 664 e 665, que retiram direitos dos trabalhadores, e contra o projeto de lei que o governo prepara para aumentar impostos.
Estamos mobilizados e vamos intensificar a os protestos para derrubar as medidas provisórias! O trabalhador, a trabalhadora, não pode arcar com ônus da crise! Vamos lutar contra qualquer pacote econômico que reduza a atividade econômica, pois afeta diretamente todos nós, trabalhadores. Mas tudo respeitando o estado de direito! O que interessa a todos, ao Brasil, é crescimento econômico, valorização do trabalho e da renda e a redução das desigualdades sociais.
Edson Dias Bicalho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas de Bauru e Região e secretário-geral da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo