Menu

Mapa do site

Emissão de boleto

Nacional São Paulo

Emissão de boleto

Nacional São Paulo
10 DEZ 2024

Imagem do dia

Imagem do dia - Força Sindical

Enviar link da notícia por e-mail

Artigos

Os assassinos do projeto social democrata europeu

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Artigos

Os assassinos do projeto social democrata europeu

Por: J. Carlos de Assis

A direita dos dois lados do Atlântico jamais aceitou o projeto social democrata, de um lado, ou politicamente liberal, de outro. Na realidade, também nunca teve, antes, poder político absoluto para impedi-lo ou revertê-lo. Agora,o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, na mais clara demonstração de que seu mandato é político, e não técnico, ousa decretar a necessidade da morte do projeto social democrata para salvar a produtividade europeia. O artigo é de J. Carlos de Assis.

J. Carlos de Assis (*)

O projeto social democrata europeu foi o grande responsável pelo equilíbrio social e político da Europa ao longo dos anos de reconstrução do pós-guerra e de mais de quatro décadas de guerra fria. Hoje, sob o pretexto da crise fiscal, está sendo intencionalmente destruído pela direita política do continente que conseguiu fazer encastelar nos postos-chave da União Europeia e nos organismos multilaterais de regulação financeira verdadeiros assassinos da ordem social progressista que, mais do que várias divisões de tanques, havia sido a força de contenção do comunismo na Europa enquanto houve ameaça soviética.

Lembro-me do tempo em que Berlim Ocidental era a vitrina contra a qual a propaganda capitalista expunha as fantásticas vantagens de ordem social e econômica do Ocidente comparada com a vizinha relativamente atrasada do Leste. A despeito do fantástico progresso material norte-americano, não eram os Estados Unidos, mas os Estados sociais democratas, trabalhistas ou socialistas europeus que se apresentavam como modelos de sociedade em face do regime soviético. A agressividade intrínseca da sociedade americana, com seu ritmo exacerbado de competição, não era algo a ser emulado. A Suécia generosa, sim.

É todo esse edifício social democrata que vemos agora ser demolido pela direita que assumiu e detém o poder nos Estados principais da Comunidade Europeia. Politicamente, jamais se viu algo parecido antes. As sociedades europeias, simultaneamente, entregaram o poder à direita na Alemanha, na França, na Inglaterra e na Itália, sem falar nos países menores. Varreram do mapa, literalmente, os progressistas. Claro, o que me espanta, junto com essa convergência, é a extraordinária incompetência das esquerdas e dos progressistas em apresentarem às sociedades uma alternativa política ao desastre que se aprofunda.

Os assassinos da ordem social democrata juntaram políticos e tecnocratas para eliminar as poucas dessas características que o Estado norte-americano, a mais atrasada entre as democracias sociais, tentou construir ao longo do tempo – aí incluída a lei de proteção à saúde em favor dos mais pobres que Barak Obama, com extrema dificuldade, fez aprovar no início do seu mandato. A aprovação dessa lei suscitou ódio dos ricos, e muitos republicanos mantêm na agenda o propósito de eliminá-la. Curiosamente, se observarmos o noticiário e os comentários da grande mídia brasileira, essa questão sequer existe. Não é um fato jornalístico.

Obama também foi bloqueado numa segunda tentativa de levantar a economia por estímulos fiscais de estilo keynesiano, o que teria sido um benefício para os mais fracos da sociedade (desempregados) e um reforço para a recuperação econômica. Nossa mídia não vê isso como uma questão social ou econômica, mas estritamente política. Registra que os republicanos não querem estímulos fiscais, mas não analisa por que os republicanos não os querem. O propósito aqui, assim como na Europa, é claro: destruir o Estado politicamente liberal (não confundir com economia liberal) herdado do New Deal de Roosevelt.

A direita dos dois lados do Atlântico jamais aceitou o projeto social democrata, de um lado, ou politicamente liberal, de outro. Na realidade, também nunca teve, antes, poder político absoluto para impedi-lo ou revertê-lo. Na época de Reagan e Thatcher, por exemplo, a direita democrata cristã assumiu o poder na Alemanha mas os sociais democratas e socialistas estavam no poder na França e na Itália. Seus líderes converteram-se ao neoliberalismo, mas enquanto havia União Soviética a direita social não se atrevia a desmontar o Estado do bem-estar social, exceto na margem, como a Inglaterra.

Agora, o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, na mais clara demonstração de que seu mandato é político, e não técnico, ousa decretar a necessidade da morte do projeto social democrata para salvar a produtividade europeia. Só o conforto de se ver apoiado pela direita política que domina inteiramente a Europa poderia justificar essa arrogância. É claro, porém, que isso não é o fim da história. Por muito menos a Europa se incendiou em 68. O que talvez retarde a extensão do incêndio a partir da Grécia seja a falta de alternativa apresentada pelas esquerdas tradicionais.

Entretanto, mais que as contradições no plano estritamente político, as contradições ao nível das forças produtivas acabarão por arrastar a Europa para uma solução de sua crise seguindo o curso de leis dialéticas tão bem descritas por Marx. É que não existe, em face da atual crise, uma nação hegemônica (como foram os EUA no pós-guerra) com força para por ordem na Europa e no mundo segundo seus próprios ditames. Qualquer solução, por mais que tarde, terá de vir pela via da cooperação interna e internacional, talvez no G-20. Do contrário, haverá instabilidade permanente, e isso é prejudicial também para os ricos e poderosos. (Note-se que o poderoso presidente da Federação Industrial da Alemanha está propondo um Plano Marshall para a Grécia.

(Sintomaticamente, nossa mídia também não fala nisso.)
O projeto social democrata, sob a égide do Mercado Comum Europeu, foi bom para pobres e para ricos. Mas jamais foi aceito pela direita. Surgiu basicamente de uma coalisão do centro (Democracia Cristã na Alemanha e na Itália) com socialistas (França), ficando de fora a esquerda revolucionária (comunistas). Agora, sob a égide da regressiva União Europeia, o centro europeu (Democracia Cristã) vergou em direção à direita (liberais e neoliberais) em toda a Europa, formando o consenso perverso que objetivamente não é bom nem para os pobres (por óbvio) nem mesmo para os ricos, por causa da instabilidade. (No Brasil, o projeto social democrata nunca vingou: o antigo PSD era dominado por oligarquias e o PSDB de Fernando Henrique jamais passou de uma grosseira mistificação neoliberal.)

As próximas eleições americanas são cruciais. Se Obama reeleger-se e eleger junto um Congresso majoritariamente democrata, talvez o projeto social democrata na Europa se salve por pressão americana. Se reeleger-se sem maioria, nada poderá fazer. Se perder, é possível que o processo dialético seja acelerado, e a sociedade, num momento seguinte, reaja finalmente ao neoliberalismo e ponha para fora, nos EUA e na Europa, seus representantes políticos a fim de que se inaugure uma nova ordem. No intervalo disso, teremos o caos. E, no caos, pode ser que aconteçam coisas tão estúpidas como um bombardeiro de Israel ao Irã!

 

J. Carlos de Assis

(*) Economista, professor da UEPB, presidente do Intersul, e coautor, junto com o matemático Francisco Antonio Doria, de “O Universo neoliberal em desencanto”, recém-lançado pela Civilização Brasileira. Esta coluna sai simultaneamente no site Rumos do Brasil e no jornal Monitor Mercantil.

O impacto do Bolsa Família na economia brasileira. Desafios e soluções propostas
Antônio de Sousa Ramalho

O impacto do Bolsa Família na economia brasileira. Desafios e soluções propostas

Contra o achatamento dos benefícios dos aposentados
Milton Cavalo

Contra o achatamento dos benefícios dos aposentados

Posicionamento sobre a saída dos EUA da OMS
Jefferson Caproni

Posicionamento sobre a saída dos EUA da OMS

Por que o sindicalismo incomoda o capitalismo?
Eduardo Annunciato, Chicão

Por que o sindicalismo incomoda o capitalismo?

A Construção Coletiva da sociedade
Diógenes Sandim Martins

A Construção Coletiva da sociedade

Caminhos pra 2025
Lineu Mazano

Caminhos pra 2025

Participação nos lucros e resultados
João Guilherme Vargas Netto

Participação nos lucros e resultados

Uma Antiga Luta Sindical que Retorna ao Debate
Nilton Souza da Silva, o Neco

Uma Antiga Luta Sindical que Retorna ao Debate

Mudar a jornada!
Josinaldo José de Barros (Cabeça)

Mudar a jornada!

Trama golpista não ofusca o sucesso do G20
Eusébio Pinto Neto

Trama golpista não ofusca o sucesso do G20

Ir à Greve e Conquistar Direitos; por Clemente Ganz Lúcio
Clemente Ganz Lúcio

Ir à Greve e Conquistar Direitos; por Clemente Ganz Lúcio

MPT: A contribuição assistencial e o exercício de oposição
César Augusto de Mello

MPT: A contribuição assistencial e o exercício de oposição

Porque o Brasil está crescendo; por Airton dos Santos
Airton dos Santos

Porque o Brasil está crescendo; por Airton dos Santos

A importância do Sindicato!
Paulo Eduardo Ritz

A importância do Sindicato!

A importância de homologar no sindicato; por Antonio Rogério Magri
Antonio Rogério Magri

A importância de homologar no sindicato; por Antonio Rogério Magri

Basta de assédio!
Maria Auxiliadora

Basta de assédio!

Diesat vai realizar 1º Congresso Nacional de Saúde do Trabalhador(a)
Força 4 FEV 2025

Diesat vai realizar 1º Congresso Nacional de Saúde do Trabalhador(a)

O impacto do Bolsa Família na economia brasileira. Desafios e soluções propostas
Artigos 4 FEV 2025

O impacto do Bolsa Família na economia brasileira. Desafios e soluções propostas

Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba completa 105 anos de luta
Força 4 FEV 2025

Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba completa 105 anos de luta

Força Sindical participa de Congresso Sindical em Belarus
Força 4 FEV 2025

Força Sindical participa de Congresso Sindical em Belarus

Metalúrgicos da Nova Delpre conquistam PLR
Força 3 FEV 2025

Metalúrgicos da Nova Delpre conquistam PLR

Frentistas de SP definem pauta da campanha salarial 2025
Força 3 FEV 2025

Frentistas de SP definem pauta da campanha salarial 2025

Processo de desindustrialização está sendo revertido, diz Cappelli
Imprensa 3 FEV 2025

Processo de desindustrialização está sendo revertido, diz Cappelli

Sindicato dos Metalúrgicos lançará livro com sua história
Imprensa 3 FEV 2025

Sindicato dos Metalúrgicos lançará livro com sua história

Luiz Gonzaga canta: Xote Ecológico; música
Força 31 JAN 2025

Luiz Gonzaga canta: Xote Ecológico; música

Seminário dos Urbanitários nesta sexta-feira (31)
Força 31 JAN 2025

Seminário dos Urbanitários nesta sexta-feira (31)

Sindest estreita laços na Câmara de Vereadores de Santos
Força 31 JAN 2025

Sindest estreita laços na Câmara de Vereadores de Santos

Vídeos 31 JAN 2025

Presidente da Força Sindical, Miguel Torres, participa do Seminário dos Urbanitários da Paraíba

SINPOSPETRO-RJ entrega pauta salarial dos Frentistas do Rio na próxima semana
Força 31 JAN 2025

SINPOSPETRO-RJ entrega pauta salarial dos Frentistas do Rio na próxima semana

Empresa desiste de comprar terreno da Cobrasma
Força 31 JAN 2025

Empresa desiste de comprar terreno da Cobrasma

Emprego formal teve crescimento de 16,5% em 2024
Imprensa 30 JAN 2025

Emprego formal teve crescimento de 16,5% em 2024

Força organiza participação na 5ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador
Força 30 JAN 2025

Força organiza participação na 5ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador

Sintrabor firma acordo em prol da saúde mental do trabalhador
Força 30 JAN 2025

Sintrabor firma acordo em prol da saúde mental do trabalhador

Trabalho escravo: mais de 2 mil foram resgatados no Brasil em 2024
Imprensa 30 JAN 2025

Trabalho escravo: mais de 2 mil foram resgatados no Brasil em 2024

Diap alerta sindicatos para votação do custeio do movimento sindical
Imprensa 30 JAN 2025

Diap alerta sindicatos para votação do custeio do movimento sindical

Quem cala, consente
Artigos 30 JAN 2025

Quem cala, consente

Nota de apoio e solidariedade ao presidente do IBGE, Marcio Pochmann
Força 30 JAN 2025

Nota de apoio e solidariedade ao presidente do IBGE, Marcio Pochmann

Nota – Ano começa com taxa de “Juro Galopante”
Força 29 JAN 2025

Nota – Ano começa com taxa de “Juro Galopante”

Metalúrgicos SP mobilizam, informam e garantem conquistas à categoria
Força 29 JAN 2025

Metalúrgicos SP mobilizam, informam e garantem conquistas à categoria

Presidente da Força acompanha eleição dos Metalúrgicos de Piracicaba
Força 29 JAN 2025

Presidente da Força acompanha eleição dos Metalúrgicos de Piracicaba

Frentistas do RJ demitidos no período do trintídio têm direito a um piso a mais de salário
Força 29 JAN 2025

Frentistas do RJ demitidos no período do trintídio têm direito a um piso a mais de salário

Delegação sindical brasileira fortalece relações com a Rússia
Força 29 JAN 2025

Delegação sindical brasileira fortalece relações com a Rússia

Conheça o DIAP; veja como contribui com os trabalhadores
Imprensa 29 JAN 2025

Conheça o DIAP; veja como contribui com os trabalhadores

Prefeitura de Santos marca negociação e Sindest pode antecipar assembleia
Força 28 JAN 2025

Prefeitura de Santos marca negociação e Sindest pode antecipar assembleia

Metalúrgicos da Lumalux elegem representantes da CIPA
Força 28 JAN 2025

Metalúrgicos da Lumalux elegem representantes da CIPA

Sinthoresp celebra o Dia Nacional dos Aposentados com Chá da Tarde especial
Força 28 JAN 2025

Sinthoresp celebra o Dia Nacional dos Aposentados com Chá da Tarde especial

Aguarde! Carregando mais artigos...