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Os desafios da trabalhadora em Macapá, capital do Amapá
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
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No Dia 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, não temos muito a comemorar no estado do Amapá. Apesar dos avanços, a trabalhadora ainda enfrenta muitos desafios no mundo do trabalho. Para obtermos algumas conquistas até básicas precisamos quebrar hábitos arraigados na sociedade, por exemplo, de as empresas pagarem salários maiores para os trabalhadores do que para as trabalhadoras.
Hoje, a trabalhadora amapaense vive como uma verdadeira batalhadora. É claro que conseguimos avanços: temos vereadoras, deputadas, secretarias no governo do Estado e nas prefeituras. Mas, a comerciária, a trabalhadora rural e a dona-de-casa ainda são vítimas de muita discriminação.
Um office-boy ganha em torno de R$ 600, portanto, mais que uma secretária, que recebe mensalmente, entre R$ 430 a R$ 500. A (o) comerciária (o) ganha o salário-mínimo mais as comissões. Nos supermercados, a gerente ganha entre R$ 600 a R$ 700 e o gerente R$ 1.200.
Nossa reivindicação, ao negociarmos com os empresários a convenção coletiva, é a de unificar os salários por funções e por categorias. Não importa se o cargo é exercido por homens ou mulheres. Todos devem ter os mesmos salários. As mulheres enfrentam também assédio moral dos encarregados nas empresas que intimidam as mães que precisam sair uma hora antes para amamentar seus filhos até seis meses de idade, ou então, que tiram licença, quando ficam doentes. No ano passado fizemos uma campanha para coibir o assédio moral.
Outra reivindicação é que as empresas concedam o vale-transporte para os funcionários. Atualmente, as empresas preferem comprar bicicletas para seus funcionários (as), em vez de fornecer vale-transporte. Elas descontam no salário ou cedem a bicicleta aos trabalhadores. Dos 25 mil comerciários, 60% usam a bicicleta. Diariamente temos em Macapá entre dois ou três acidentes.
Fátima Coelho – Presidente da Força Sindical do Amapá