Nosso Sindicato completará 59 anos dia 30 de abril. Nessas quase seis décadas, consolidamos uma tradição de diálogo permanente com a nossa categoria e também a sociedade.
Com a base metalúrgica, falamos diretamente por meio de jornais do Sindicato, boletins, carros de som e, agora, das nossas redes sociais.
Mas, pra falar com a sociedade, em geral, precisamos da imprensa. E a imprensa guarulhense tem sido receptiva. As ações do nosso Sindicato são veiculadas com frequência na mídia, e nossos diretores participam de programas de TV, lives e de outros espaços de comunicação.
A relação metalúrgicos-imprensa é também boa para o conjunto do sindicalismo, pois ajuda a construir uma imagem positiva acerca das entidades de classe dos trabalhadores.
Vivemos uma época de grave crise econômica, desemprego e ataques a direitos, pelos governos de extrema direita que têm governado o Brasil. Essa crise, queira ou não, desgasta as instituições. E a instituição sindical não está imune a esse desgaste.
A imprensa guarulhense, justiça seja feita, tem contribuído pra ajudar as entidades a cumprir o dever de representar as categorias, buscar avanços para os trabalhadores e defender os empregos – como foi o caso da luta unitária das Centrais locais em defesa da Proguaru e dos empregos.
A imprensa não é obrigada a pensar como pensam os sindicalistas. Tampouco, nós somos obrigados a seguir a linha do veículo A ou do B. O mais importante é a relação de respeito que consolidamos com o passar dos anos.
O dirigente sindical, ainda que no âmbito de sua categoria profissional, é alguém que exerce certo poder. E o poder, em geral, não gosta de ser cobrado ou criticado. Claro, eu também reajo às críticas, mas no geral vejo como uma forma de controle de qualidade do nosso mandato. A boa crítica nos ajuda.
Ao fazer esse reconhecimento público à nossa imprensa, não poderia deixar de agradecer a todos os integrantes dos veículos, especialmente seus comunicadores. Mas um jornal, uma revista, uma emissora têm também seus profissionais da área comercial, distribuição e administrativos. Todos, de um modo ou de outro, são integrantes da imprensa.
O Capítulo V da Constituição Federal – do Artigo 220 ao 224 – trata “Da Comunicação Social”. Ou seja, nossos constituintes deixam claro o papel social da comunicação. Sem prejuízo do interesse comercial legítimo, é importante observar esse aspecto e essa responsabilidade.
A mesma Constituição dedica os Artigos 7º e 8º aos direitos dos trabalhadores e à organização sindical das categorias.
Imprensa e sindicalismo são atividades reconhecidas e valorizadas na Constituição-Cidadã, como bem a definiu o saudoso Ulysses Guimarães. Ou seja, como diz o ditado, estamos no mesmo barco. O barco da democracia, do Estado de Direito e da Justiça Social. Vamos em frente: imprensa democrática e sindicalismo forte só farão bem ao Brasil e ao nosso povo.
Josinaldo José de Barros (Cabeça), presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos