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Para votar melhor
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
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Até que sejam aprovadas as eleições unificadas, de Presidente da República a vereador, e o voto distrital, que dê o peso para cada medida, a democracia representativa brasileira elege novos prefeitos e vereadores, na maioria por meio de urna eletrônica. Questões como a fidelidade partidária ao conteúdo do programa de cada sigla, seguem adiados.
Sem comparar com o sistema norteamericano, no qual o voto popular é indireto, não valendo de forma absoluta, mas relativa, o sistema eleitoral brasileiro ainda focaliza a figura do político e não do partido, enquanto conjunto de idéias e compromissos programáticos. Determinado político foi eleito por um partido, mas bandeou para outro por conveniência, e assim por diante. Em outro caso, ao contrário, o candidato foi eleito defendendo posições abandonadas na prática pelo partido, embora conste no programa.
Enquanto a reforma política não apresenta uma face mais madura da política brasileira, ao cidadão pouco resta além de acompanhar as trajetórias dos candidatos e o conteúdo dos programas do horário eleitoral obrigatório. Esse olhar atento e a conversa com os conhecidos ajudam no posicionamento, quase sempre nas últimas horas. E como não existe um manual que ensine a votar melhor, cabe a reflexão: serão quatro anos em que o eleito terá uma investidura que não tinha até a eleição. Nunca é demais conferir a história do candidato e o real compromisso dele com a cidade e com a cidadania.
Do ponto de vista dos trabalhadores, os melhores candidatos serão aqueles que, independentemente de serem eleitos, foram e continuarão sendo lideranças populares, que pensem num transporte mais barato e com maior qualidade, no fechamento dos valões e na remoção das pessoas que moram em áreas de risco, por exemplo. Para o povo, as obras de saneamento, aquelas que não se vê depois de prontas, são mais importantes que o embelezamento de praças, parques, na maioria dos casos em bairros centrais da cidade. Achamos que o desempregado deve ser incluído num programa de transporte mais barato, pois quem procura emprego não tem dinheiro para pagar uma tarifa social tão cara.
Sobretudo achamos que no dia 5 próximo, o voto deve carregar a consciência de quem sabe que, mesmo ainda juvenil, a democracia brasileira melhora a cada processo, juntamente com a consciência do seu povo. O amadurecimento do processo eleitoral brasileiro só virá quando a injustiça social for página virada em nossa história. Até esse dia, consciência!
Cláudio Janta, presidente da Força Sindical-RS