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Passos largos na luta contra o vírus da Aids
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
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Na 2ª Conferência Mundial das Mulheres em Dakar, em novembro de 2013, foi dado um passo muito importante a favor do combate à Aids. Foi lançado o VCT Work, o trabalho confidencial do teste voluntário. Notícia de extrema importância, ainda mais às vésperas do Dia Mundial de Luta Contra a Aids, celebrado no dia 1º de dezembro por uma decisão da Assembleia da Organização Mundial de Saúde, realizada em outubro de 1987, com apoio da ONU.
A Confederação Sindical Internacional (CSI), em documento enviado para todos os participantes, deixou claro que o movimento sindical tem abordado a questão do HIV / AIDS baseada no conceito de justiça social e na premissa de que a saúde é uma questão fundamental para o desenvolvimento e igualdade, incluindo a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres.
A luta dos Sindicatos contra o HIV, em especial contra a discriminação e a falta de acesso ao tratamento vem desde a década de 80. A Força Sindical entende como seu papel participar de ações como essa que tragam retorno à sociedade e auxilie o Estado a resolver os problemas de saúde pública. Nós, sindicalistas, temos a função de apoiar a adoção de políticas públicas medidas para reverter estes índices de mortalidade por Aids. Assim, é fundamental e urgente realizar uma grande conscientização em todo o mundo.
Nós, que já combatemos diariamente a falta de oportunidades, a violência, o assédio e a diferença salarial no mercado de trabalho, também somos mais expostas ao vírus. Durante a Conferência tivemos acesso a dados alarmantes: A aids está afetando desproporcionalmente as mulheres ao redor do mundo. A cada minuto uma jovem mulher está infectada com o HIV; As mulheres têm duas vezes mais chances de contrair o HIV do que os homens; A Aids é determinada por desigualdades de gênero, violência, assédio sexual, pobreza , discriminação e exclusão social.
Essas informações fazem com que a nossa luta pela saúde pública de qualidade e o empoderamento das mulheres, seja mais do que essencial. O Brasil tem um trabalho muito importante neste cenário. A ONU reconheceu, em relatório, que a redução de 24% no número de mortes por Aids no período de 2005 a 2011 em todo o mundo é, em parte, uma vitória brasileira. A Organização elogiou a atuação brasileira no combate à doença.
Aumentamos os investimentos no controle e prevenção da aids. Um ponto crucial para o combate a doença foi a atitude da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que concedeu, por meio da Resolução nº 487/2011, o registro de comercialização da versão genérica do tenofovir para o laboratório oficial Fundação Ezequiel Dias (Funed – Governo de Minas Gerais). A produção já foi iniciada em 2011. Atualmente, cerca de 64 mil pacientes de Aids e 1,5 mil de hepatites fazem uso do tenofovir no país. Com o início da fabricação, 10 dos 20 medicamentos antirretrovirais fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) passam a ser fabricados no Brasil. O fortalecimento e a autonomia do país na produção de fármacos, em conjunto com outras políticas de estado e apoio dos sindicatos, farão com que essa grave doença afete cada vez menos não só as mulheres, mas toda a população mundial.
Nair Goulart, presidente da Força Sindical BA e Presidente Adjunta da Confederação Sindical Internacional