E quase 40 anos depois de extirparmos essa enfermidade ainda é possível notar as heranças deixadas por esse período da história do Brasil, como a ignorância sobre os efeitos maléficos da ditadura em nossa sociedade, sobretudo no atual cenário político.
Questões que já poderiam ter sido ultrapassadas. Mas ainda permeiam nossa sociedade.
Precisamos manter a democracia participativa para fortalecer a participação política e a cultura democrática. Temos que ser uma sociedade que valoriza e responsabiliza o cidadão; garanta a igualdade de oportunidades baseada numa educação de qualidade para todos; saiba criar oportunidades para os cidadãos, de forma a que estes se realizem pessoal e profissionalmente.
De forma alguma podemos abrir mão também de punir e atuar contra qualquer tentativa de golpe como a tentada em 8 janeiro de 2022, quando se buscou reeditar aquele momento de 31 de março de 1964, quando tropas do Exército marcharam contra Brasília para derrubar o governo Jango e implantar um governo despótico, que mostrou desrespeito absoluto e desprezo pelas vontades ou opiniões da população brasileira, exercendo a autoridade de modo absoluto e arbitrário.
A democracia tem que prevalecer e os direitos individuais ser mantidos. Isso também se aplica aos golpistas que tentaram depor um governo eleitor em 2022 e implantar novo regime ditatorial. E esses direitos envolvem o processo legal e a punição prevista em lei para que nunca mais haja quaisquer intenções de subverter e ordem e eliminar a democracia no Brasil.
Milton Cavalo é Presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos – Sindnapi