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Planejamento
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
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Pessoas fazem planos e buscam estabelecer prioridades para suas vidas. Famílias planejam seus orçamentos, a aquisição de bens, os estudos dos filhos. Por que com o Estado tem que ser diferente?
A gestão estatal, sujeita a todo tipo de ingerência política e pressão do poder econômico, é muito complexa e sofre oscilações. Mas até por causa disso o planejamento se torna uma necessidade constante.
O Brasil padece de muitos males. E parte desses problemas decorre do improviso, da contabilidade criativa e de arranjos de governantes que resistem em planejar. Um exemplo é a crise no abastecimento de água. Há 22 anos não se constrói um único reservatório nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio e Belo Horizonte, onde vivem cerca de 20 milhões de pessoas.
Outro dia, num programa de TV, me perguntaram como fortalecer o parque industrial de Guarulhos. Respondi: com planejamento, ações integradas entre os agentes econômicos e o poder público, incentivos fiscais, especialmente a empresas de tecnologia limpa ou com mão de obra intensiva, qualificação da mão de obra e melhoria da infraestrutura urbana.
Não digo que isso não está sendo realizado. Mas não é feito no ritmo da vida real e das necessidades concretas da população, dos trabalhadores e do setor produtivo.
Quando falo em ações integradas, não posso deixar de citar o Aeroporto de Cumbica, que, inclusive, recebeu fortes investimentos governamentais. Por ser o aeroporto mais importante do Hemisfério Sul, evidente que tem impacto em nossa economia. Mas, se existissem ações integradas, seu efeito na economia local seria muito maior.
Guarulhos tem uma história de crescimento desordenado e caótico. Essa deficiência começou a ser corrigida, mas as iniciativas ainda são tímidas. Um exemplo positivo é o Parque Tecnológico, viabilizado por acordo entre Prefeitura e governo do Estado. Eu pergunto: quantas outras iniciativas não poderiam ter sido adotadas conjuntamente, somando vontade política, verbas, recursos tecnológicos e mão de obra? Muita coisa, certamente. E a população teria sido a maior beneficiada.
A falta de planejamento não é problema local. É nacional. É até um traço negativo da cultura brasileira, onde se exalta o jeitinho. Mas jeitinho e gambiarra podem até atender interesses pessoais ou de grupos, jamais ao interesse coletivo. Esse é atendido com plano de metas, planejamento e a soma de vontades, experiência e conhecimento.
José Pereira dos Santos, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
E-mail: pereira@metalurgico.org.br
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