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Por uma mamografia de qualidade
segunda-feira, 7 de outubro de 2013
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Antes de me submeter ao exame anual de mamografia, em 2012, preocupada com notícias sobre a existência de mamógrafos em más condições de uso, fiz uma pesquisa na web para conhecer mais sobre mamografia com qualidade e me deparei com um interessante estudo comparativo entre a mamografia convencional e a digital, defendido, em tese de doutorado, por uma médica especialista da UNIFESP–EPM, demonstrando que o sistema de mamografia digital, sem dúvidas era o que mais apresentava qualidade de forma geral, possibilitando uma melhor detecção, estatisticamente significante, para micro calcificações e nódulos nas mamas, além de uma imagem que pode ser exibida aumentada, ampliada, clareada ou escurecida em monitores de alta resolução, sendo muito mais eficaz na sonhada busca por um diagnóstico cada vez mais precoce.
Impressionada depois da pesquisa, que também confirmou as péssimas condições de mamógrafos em uso nos hospitais, não hesitei e fui procurar os locais que detinham essa nova tecnologia, com qualidade, e me submeti com êxito, em um importante Laboratório de São Paulo, à mamografia digital.
O que ocorre com esse tipo de exame é que o valor do Mamógrafo Digital é muito maior que o do equipamento convencional, onerando, sobremaneira, o custo do serviço. Essa preocupação mercantilista pode ser um dos fatores que infelizmente irá desestimular e restringir a nova tecnologia para todos, olvidando-se de um dos mais importantes princípios constitucionais do SUS, que é o atendimento universalizado à saúde, além da obrigatoriedade estabelecida na Lei 11.664/09, que garante mamografia gratuita para as mulheres, a partir dos 40 anos. Ademais, importante relembrar que na Convenção Coletiva de Trabalho, firmada entre o SinSaudeSP e o patronal SINDHOSFIL, existe cláusula convencional (Cláusula 43ª: – Prevenção do Câncer de Mama), que concede às trabalhadoras acima de 40 (quarenta) anos o direito à dispensa de pelo menos meio dia de trabalho por ano para realização de mamografia, como política para prevenção de câncer de mama, e determina mais que os hospitais que tiverem a especialidade, oferecerão sua estrutura para a realização do exame.
Assim, cabe a nós, trabalhadoras e trabalhadores, de forma individual e coletivamente, por meio das nossas associações, sindicatos e movimentos sociais, propugnarmos por ações para que o poder público forneça serviços de mamografia com qualidade, e o coloque à disposição, no SUS, nos Serviços de Saúde do Estado e do Município, para o atendimento a todas às mulheres e homens brasileiros, de forma integral e universalizada.
É assim que nós propomos a criação de uma Campanha institucional pela “Mamografia com qualidade”, que poderemos denominar a “Campanha de Santa Ágata”, em homenagem à mártir protetora das mamas e padroeira dos Mastologistas.
Ana Maria Mazarin da Silva, diretora do SinSaudeSP, da CNTS e da Força Sindical