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Protagonismo social
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
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O movimento sindical dos trabalhadores procura recuperar o protagonismo social que já foi o seu quando os brasileiros derrotaram a ditadura militar e empreenderam a reconstrução democrática.
Esta recuperação, com a defesa de sua pauta trabalhista associada à pauta atual da sociedade, tem se dado com mobilizações unitárias e garantido vitórias.
Levando em conta o papel preponderante da presidente Dilma, o movimento tem se manifestado – com respeito e sem subserviência – apoiando-a quando seus interesses coincidem e criticando-a quando não é consultado ou acha errado o que ela faz.
E assim, juntamente com ela e reforçando seus papéis, preparam a sociedade para enfrentar os efeitos daninhos da crise exterior reforçando o mercado interno e garantindo aumentos salariais.
A exigência do abaixamento dos juros pelo Banco Central é um dos exemplos recentes da busca deste protagonismo social. Esta reivindicação da esmagadora maioria da população e que somente desagrada aos rentistas e à bancolândia (e a alguns articulistas muitas vezes pessoalmente interessados em manter os juros altos) foi explicitada, na véspera da decisão, em três manifestações representativas: a mobilização dos jovens e da UNE em Brasília, a sardinhada da Força Sindical, também em Brasília, e o ato da CUT na Avenida Paulista.
A verbalização pela presidente Dilma de tal exigência confirmou a interação entre o nosso protagonismo, os anseios sociais mais amplos e o comportamento da presidente.
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Quando olhamos para o mundo capitalista desenvolvido às voltas com uma crise de graves conseqüências para os trabalhadores nos incomoda o silêncio ensurdecedor do movimento sindical dos trabalhadores. Na Europa, com exceção da Grécia e Portugal, os grandes movimentos sindicais têm tido dificuldade em resistir à crise e oferecer alternativas ou têm assistido envergonhadamente o descontrole do capitalismo. Esta situação começa a mudar com a vitoriosa greve geral italiana, convocada pela CGIL (uma das três grandes centrais sindicais italianas) e com as poderosas manifestações da UGT e das Comissões Operárias na Espanha. Talvez lá, entre eles, o movimento sindical comece a se preocupar com a reconquista de seu protagonismo social.
João Guilherme Vargas Neto, Consultor Sindical