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Razões de sobra para reduzir a jornada
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
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O movimento sindical brasileiro está empenhado na luta para que o Congresso aprove a PEC 231/95, que reduz a jornada de trabalho para 40 horas semanais porque essa é uma medida que vai trazer inúmeros benefícios para o conjunto da sociedade e porque a redução da jornada significa fazer Justiça para com os trabalhadores.
Reduzir a jornada de trabalho é dividir os ganhos de produtividade obtidos pelas empresas, com inovações tecnológicas e gerenciais que também lhes proporcionaram aumento de lucro e de competitividade. Para se ter idéia, a variação da produtividade do trabalho na indústria da transformação entre os anos de 1988 e 2008 é de 84%, conforme estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos). Nada mais justo e coerente do que retribuir tal ganho com os trabalhadores, os verdadeiros responsáveis por esse resultado.
Além disso, a medida pode gerar mais de 2 milhões de empregos, se for acompanhada de outra medida: a redução do volume de hora extras. A mesma PEC muda o percentual pago em caso de hora extra, de 50% para 75% do valor da hora trabalhada. Nem precisa falar que emprego é sinônimo de renda e garantia de uma vida digna para mais brasileiros.
Sem falar no ganho em termos de qualidade de vida, no tempo para estar com a família, para estudar e na economia para a Previdência, por exemplo, já que jornada menor significa menores possibilidades de trabalhadores adquirirem lesões por esforços repetitivos, por exemplo.
Muitos não enxergam tantos benefícios ou querem mascará-los dizendo que a redução da jornada vai encarecer a mão de obra, provocar fuga de empresas, afetar a competitividade etc. Mas essas desculpas caem por terra diante do fato de que a mão de obra brasileira custa apenas US$ 5,96 por hora, enquanto nos Estados Unidos esse valor é de US$ 24,59 e no Japão, US$ 19,75. Além disso, de acordo com o Dieese, as 40 horas semanais aumentariam o custo das empresas em apenas 1,99%, um valor facilmente absorvível frente a elevação da produtividade obtida nos 20 anos.
Enfim, os trabalhadores e a sociedade brasileira só têm a ganhar com a redução da jornada. Por isso, essa luta que têm que ter o apoio e a participação de todos. Pressione deputados e senadores a aprovarem a PEC, a atender essa reivindicação histórica.
* Jorge Nazareno – presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região, membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) da Presidência da República e da direção nacional da Força Sindical