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Reafirmar com força as políticas distributivas
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
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A grande imprensa brasileira comeu bola na premiação, pelo Banco Central da Suécia, dos três professores que ganharam o “Prêmio Nobel” de economia. As manchetes deveriam ter sido: “Ganhadores do Nobel são contra o Bolsa-Família” e “Prêmio Nobel vai para economistas que são contra o seguro-desemprego”.
Os três premiados são a fina flor do neoliberalismo e sua premiação, insisto, pelo Banco Central da Suécia, demonstra com clareza como os gerentes do capitalismo querem se impor como linha dominante para enfrentar a grave crise que eles mesmos insuflaram, na contramão do que têm exigido os trabalhadores na Europa e praticado o governo Lula.
Podem ler o que quiserem, mas o único a destacar esta apreciação teórica foi Márcio Pochmann, em artigo no Valor Econômico.
Aqui no Brasil, no calor da campanha eleitoral, o expoente do neoliberalismo converteu-se, de maneira desavergonhada, em arauto da mão do Estado na regulação do mercado: 13ª Bolsa-Família anual, salário mínimo de R$ 600 e 10% de reajuste das aposentadorias.
Observem como as investidas demagógicas de Serra não encontram eco entre os seus apoiadores, teóricos e do mercado e muito menos na grande imprensa. A operação é clara e precisa: se a demagogia render votos dos trabalhadores pobres sempre teremos tempo, depois, para botar ordem na casa. É o que pensam.
Exatamente por causa disso é que as centrais sindicais devem negociar, desde já, com o presidente Lula um forte aumento do salário mínimo e das aposentadorias que “mate” a demagogia da promessa, alerte os trabalhadores e a sociedade para o risco da perda dessas conquistas e confirme, com o Bolsa-Família, uma base de política redistributiva como alavanca para o crescimento com distribuição de renda e sustentabilidade social e ambiental.
João Guilherme, consultor sindical