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Repúdio à política do ódio
quarta-feira, 19 de junho de 2019
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A política manda no mundo. Sãos os atos e decisões dos políticos que afetam nosso emprego, nosso acesso à saúde, nossa educação, nossa mobilidade, enfim, nossa qualidade de vida.
A boa política é aquela em que o dirigente, ao entender a variedade e a complexidade de um País, procura governar para todos, adotando medidas justas, mas, principalmente, o diálogo entre as forças socais.
Trata-se, como se vê, de uma atividade que exige racionalidade, tolerância, jogo de cintura, paciência e respeito ante às posições divergentes. Não há, portanto, jeito de fazer boa política com ressentimentos, pelo simples fato de que o ódio divide pessoas e instiga perseguições entre grupos e povos.
Política, portanto, é para os fortes. E o forte, de verdade, é sempre alguém paciente, persistente e capaz de entender que não é dono da verdade. O bom político sabe a hora de avançar, mas compreende que também, muitas vezes, é preciso recuar.
Digo tudo isso por ver com tristeza um ambiente de ódio no comando político nacional. Ódio traduzido em medidas governamentais, agressões verbais e também irradiado nas redes sociais, por gente ou robôs contratados. Não só vejo, mas alerto: isso não vai construir nada ou resolver qualquer problema sério brasileiro.
Todo governante é obrigado, ao assumir, a jurar respeito à Constituição e fazer com que a mesma seja praticada. Nossa Constituição é avançada, no que tange ao Estado de Direito e também na questão dos direitos individuais. Acho que Bolsonaro precisa ficar longe das redes sociais e mais perto da nossa Constituição, porque ela é um guia seguro.
Na vida pessoal ou na vida pública, o ódio nunca foi bom conselheiro. O Brasil precisa voltar a crescer, gerar empregos, distribuir renda, ampliar a inclusão social e proteger os mais frágeis. Isso não é caridade ou favor. É fazer o que está escrito na Constituição-Cidadã.
Diálogo – Dia 14, o sindicalismo promoveu uma greve forte e nacional contra a reforma da Previdência. Não nos movemos pelo ódio. Se tivesse sido assim, os atos teriam degenerado em pancadaria e depredações. Ao contrário. Foi uma greve pacífica e nacional.
O que quer o sindicalismo? Quer diálogo com os Poderes, a fim de expor e debater nossas propostas, buscando sempre o melhor para a classe trabalhadora. Da nossa parte, sempre haverá o respeito e a tolerância. O trabalhador, o homem do povo, repudia o ódio.
Esperemos que o presidente e seus auxiliares também entendam isso e passem a governar buscando o melhor para o Brasil. Já tivemos um presidente perturbado – Jânio Quadros. Sua renúncia abriu as portas para a ditadura. Houve outro, Collor de Mello, que era descontrolado e agressivo. Acabou mal e meteu o País na crise. Temos agora Bolsonaro, que espuma de ódio e ressentimentos. A história ensina que isso sempre acaba mal.
José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região e secretário nacional de Formação da Força Sindical