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Resgatar o espírito de luta do 1º de Maio para defender nossos direitos
terça-feira, 26 de abril de 2016
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O que se viu no domingo do impeachment na Câmara dos Deputados foi um verdadeiro show de horrores. Deputados que pareciam nem saber pelo que estavam votando, apenas indo no embalo do que melhor lhe convinha. Ficou evidente porque os trabalhadores tem tanta dificuldade em aprovar suas reivindicações e porque os direitos trabalhistas estão constantemente ameaçados no Congresso. Não pense que esses caras estão preocupados com o Brasil. O que querem é manter seus interesses. A prova disso é que a desculpa para o impeachment era o combate à corrupção, mas quem comandou a votação foi Eduardo Cunha, que está mais sujo que pau de galinheiro. O que deixa evidente que o combate à corrupção é a última coisa com que esse pessoal está preocupado. O que querem mesmo é tomar o poder à todo custo para manter e aumentar seus privilégios.
E agora essa ameaça é real. O Ponte para o Futuro, projeto do PMDB, está engatilhado para entrar em ação, trazendo retrocesso atrás de retrocesso para os trabalhadores e o Brasil. É claro que no começo de um possível governo Michel Temer, a conversa e as atitudes serão de apaziguamento, de que é preciso consenso e tal, tudo para acalmar a população. Passado esse começo, vem a avalanche. Se você ainda tem dúvidas sobre isso, é só dar uma olhada em quem Temer está sondando para compor seus ministério. São banqueiros, patrões e todo aquele pessoal que ferrou com os trabalhadores nos anos 90. Quem viver, verá. O pacote do PMDB é uma pauta totalmente feita para agradar o grande empresariado apenas. Segundo esse documento o que emperra o desenvolvimento do Brasil são os direitos trabalhistas e sociais. É o mesmo papo da direita, veiculado pela mídia e por economistas de rabo preso com o capital e que, para nossa vergonha, começa a ser assimilado até por parte do movimento sindical. O que querem é rasgar a Constituição cidadã de 1988 e essa vai ser a vergonha, que todos aqueles que contribuíram para isso, vão ter que carregar pelo resto de suas vidas.
Não deixa de ser simbólico que no ano em que a instituição do 1º de Maio completa 130 anos, os trabalhadores de hoje tenham que resgatar o mesmo espírito de luta e coragem dos trabalhadores do passado, para defender os seus direitos. É preciso que os mais jovens saibam que todos os direitos que gozam hoje, não vieram de graça, mas foram conquistados a custa de muita luta e sacrifício. É preciso que saibam que se não fosse a coragem e o espírito de união e organização dos trabalhadores de antigamente ainda hoje estaríamos trabalhando 18 horas por dia, sendo explorados em troca de um salário de fome e sem direitos básicos como o descanso semanal, férias, vale transporte e refeição, entre outros.
E que, pelo andar da carruagem de como andam as coisas no país, se não houver esse mesmo espírito de luta e resistência, podemos voltar a esse passado sombrio com os trabalhadores pagando um preço alto através do fim dos seus direitos. Comemoremos então o 1º de Maio com o mesmo espírito de coragem e solidariedade que marcam essa data histórica com a certeza de que uma grande luta para defender nossos direitos se aproxima e nos espera mais adiante.
Sérgio Butka, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba e da Força Sindical-PR