Imagem do dia
Enviar link da notícia por e-mail
Artigos
Retomar o crescimento sem ceder às chantagens do capital
segunda-feira, 24 de agosto de 2015
Artigos
Os brasileiros se acostumaram com um cenário de emprego, comida na mesa, poder de compra e acesso a educação. Os salários subiam, o desemprego caia. Conseguir crédito ficava cada vez mais fácil. Mas essa bonança acabou. Em 2014 tivemos a eleição mais apertada da nossa história. A campanha de intensa polarização no segundo turno, claramente dividiu o país ao meio. Ali, já sabíamos que o Governo Federal não teria vida fácil. Além de ver muito perto a derrota, os brasileiros elegeram um legislativo mais conservador.
As perspectivas do início de 2015 tornaram-se realidade. O pífio crescimento econômico, o desemprego e os ajustes fiscais já refletem no bolso e nas mesas dos brasileiros. Para piorar, vivenciamos uma crise política institucionalizada. Câmara dos Deputados, Senado Federal e Planalto não se entendem. A oposição, necessária em uma democracia, mas algumas vezes irresponsável, prejudica não apenas o Governo, mas a todos os brasileiros. O fato é que, até agora, as medidas sempre são direcionadas para que o trabalhador pague a conta.
O Brasil precisa se estruturar para um ciclo de crescimento equilibrado e ajustado à realidade local, mas sem retirar direitos dos trabalhadores ativos e aposentados. É preciso realizar reformas necessárias para que o país supere a crise, mas, para a Força Sindical, o ajuste fiscal, a regressão de direitos trabalhistas e sociais, o aumento de impostos, a inflação e a alta dos juros desestimulam o investimento produtivo e estão pondo um freio na atividade econômica.
Por que não taxar as grandes fortunas? Por que não diminuir o número de Ministérios? Por que não combater, de forma sistemática, a sonegação de impostos das grandes empresas? Os trabalhadores não podem pagar por um erro do Governo. Estamos cansados da politicagem de infinitas promessas, corrupção e demagogia. Chega de fazer concessões, distribuições e aceitar as chantagens do capital. Isso está influenciando diretamente no emprego, na renda e capacidade de consumo dos trabalhadores.
O crescimento econômico a longo prazo requer alicerces. O Brasil precisa de um projeto de desenvolvimento social, econômico e sustentável com legitimidade social, necessita retomar o crescimento com a política de distribuição de renda, valorizar o salário mínimo, manter e ampliar direitos dos trabalhadores.
Os trabalhadores não vão ceder. Nossas conquistas precisam ser respeitadas!
Nair Goulart, Presidente da Força Sindical Bahia