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Sai Avenida Paulista, entra Ilha do Sapo
segunda-feira, 26 de setembro de 2016
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A poderosa manifestação unitária dos metalúrgicos prevista para a quinta-feira, 29 de setembro, tem uma característica comum com as manifestações do movimento sindical já realizadas recentemente e duas características próprias, diferentes delas.
Em comum, a manifestação dos metalúrgicos carrega a marca forte da unidade de ação, já que foi convocada e está sendo organizada por todas as correntes sindicais do campo metalúrgico (feito inédito em toda a história sindical brasileira), unificadas na defesa dos direitos ameaçados e pela retomada do desenvolvimento.
Embora seja unitária, a manifestação do dia 29 contemplará as posições político-sindicais de seus participantes e levará em conta, como é óbvio, a situação específica em cada base sindical: greve onde for possível, paralisações parciais e manifestações conjuntas nos sindicatos ou nos locais de concentração das empresas.
Como uma das marcas diferentes, a jornada do dia 29 concentra-se no setor metalúrgico que sofre toda a pressão da crise econômica e da desindustrialização e realiza, em amplos segmentos sua campanha salarial anual exigindo a manutenção dos empregos e ganhos reais de salários. Outras categorias fortes estão também realizando suas campanhas salariais, algumas nacionais como os bancários em greve e outras regionais, como a greve dos estivadores de Santos.
Os metalúrgicos pretendem também reforçar seu empenho no Fórum Nacional de Desenvolvimento Produtivo (versão atual das câmaras setoriais) na busca de alternativas para a superação da crise e da verdadeira confusão governamental.
A outra característica diferente é geográfica. Em lugar de manifestações nos locais tradicionais de agrupamento coletivo, sob o comando das centrais sindicais e das organizações sociais, a manifestação metalúrgica do dia 29 será efetivada nos próprios locais de trabalho ou em locais que tradicionalmente agrupam um conjunto de trabalhadores de várias empresas próximas.
Aqui em São Paulo, por exemplo, abandona-se a Avenida Paulista e os metalúrgicos irão para o Ilha do Sapo, perto da tradicional empresa Arno, onde se agruparão, bem como para outras duas grandes concentrações territoriais de empresas no município.
A classe operária e todos os trabalhadores devem apoiar a iniciativa unitária dos metalúrgicos que reforça, com suas reivindicações e experiências específicas, a luta geral.
João Guilherme Vargas Netto, consultor sindical