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Sem capitulação, sem aventura
segunda-feira, 29 de outubro de 2018
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Quantificada a derrota o movimento sindical em todas as suas expressões e lideranças deve começar a empreender o caminho da resistência.
Este caminho, acidentado e íngreme, para ser trilhado pressupõe o reforço urgente da unidade de ação. Ela se manifesta na unidade em cada direção sindical e desta com a base; sustenta-se no esforço para unificar em cada categoria os trabalhadores.
Expressa-se publicamente pela unidade afirmada das grandes instituições sindicais, centrais sindicais, confederações de trabalhadores e entidades sindicais com forte representação.
A pauta sindical unitária foi, em geral, derrotada politicamente. Mas nem por isso deixou de ser o norte da resistência.
A deforma trabalhista já tinha produzido seus piores efeitos que serão reforçados agora pelo programa vitorioso nas urnas. A carteira de trabalho “verde e amarela” será o símbolo pervertido da aceitação das piores condições de informalidade e de desorganização nas relações de trabalho.
Também está para ser implementada a pluralidade sindical com seu reforço ao individualismo, ao desarranjo da estrutura sindical de categoria e a aceitação da perda de direitos consagrados.
O quadro econômico subjacente é de relativa estabilização, com crescimento travado e medíocre e emprego precarizado. Tudo leva a crer que, mantidas as políticas sociais de atendimento aos trabalhadores desempregados e subutilizados, o esforço governamental será o de criar uma muralha da China entre estes e os trabalhadores formais e sindicalizados.
Mais que nunca é hora de despartidarizar a ação sindical, valorizando as pautas próprias dos trabalhadores em suas campanhas salariais e a frente comum sindical de resistência.
É preciso caminhar com os pés no chão repisando a experiência acumulada pelos trabalhadores e pelas direções sindicais, sem capitulação e sem aventura.
João Guilherme Vargas Netto é consultor sindical