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Terceirizar nunca foi lucrativo em condomínio
quarta-feira, 16 de março de 2011
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As empresas de terceirização ganharam espaço nos condomínios da capital com o apelo de economia para os moradores. Esse argumento sempre foi duvidoso, pois funcionários trabalhando uma média de 12 horas por dia merecem remuneração equivalente e, se tivessem todos os seus direitos e garantias respeitados, o gasto seria maior. Como, então, poderiam representar economia?
Para resolver essa questão e comprovar que não existe uma fórmula mágica para economizar, o Sindifícios realizou uma pesquisa entre diversas empresas de terceirização, simulando a necessidade de contratação de três funcionários para portaria durante 24 horas, com ensino médio completo e experiência, e depois traçou um paralelo comparando os custos da contratação de mão de obra própria e de uma empresa terceirizada. O resultado comprovou o que o Sindicato já dizia: a terceirização também não é economicamente a melhor alternativa.
Para realizar o levantamento, o Sindifícios pesquisou empresas que mais parecem de “fachada”, oferecendo os três funcionários por uma média de R$ 4.200,00 ao mês. Ao apurar essas empresas, para o valor ser abaixo da média do mercado, a maioria não recolhe INSS, FGTS, não oferece benefícios aos empregados, enfim, explora a mão de obra.
Com empresas mais tradicionais, que recolhem o INSS, oferecem cesta básica, condução, vale refeição e registram o trabalhador, o custo para o condomínio dos três funcionários gira entre R$ 5.900,00 e R$ 6.200,00. Contudo, essa diferença não é repassada ao trabalhador e ele, quando se desliga da empresa, muitas vezes descobre que o dinheiro ficava com os donos da terceirizada..
Por fim, a contratação legal de QUATRO funcionários próprios do condomínio (ou seja, um funcionário a mais, porque a carga horária deles é menor), com todos os recolhimentos e benefícios, gira em torno de R$ 5.200,00. Uma economia que chega a R$ 1.000,00 para ter funcionários contratados e satisfeitos.
Muitos síndicos são seduzidos pelos apelos das propagandas de empresas de terceirização e é crescente o número de prédios que terceirizam, se arrependem e depois voltam a contratar seus funcionários.
Para os que dizem que terceirizar a mão de obra em um edifício é inevitável, então que ela seja feita com regras, porque até hoje ela só tem precarizado a relação de trabalho nos condomínios.
O Sindifícios acredita que existe apenas uma maneira para a terceirização dar certo nesta categoria: seguindo a Convenção Coletiva da mesma, pois foram gastos anos de trabalho e dedicação para conquistar as cláusulas existentes hoje nessa Convenção, não se pode permitir que de uma hora para outra a terceirização jogue fora nossas garantias e trate o trabalhador como escravo.
Terceirizando, a vida dos condôminos é exposta; com funcionários próprios, o vínculo e o relacionamento diário gera aos moradores a segurança e o bem estar que todos buscam quando optam pela vida em condomínio.
Paulo Ferrari,
presidente do Sindifícios-SP