O racismo é um dos piores crimes contra o ser humano. É tão forte que não poupa sequer um craque mundialmente reconhecido, como o brasileiro Vini Jr., estrela do Real Madrid.
O racismo é abominável por várias razões: 1) Ele humilha a vítima; 2) Passa a ideia de que a cor define o caráter e o valor do ser humano; 3) Instiga a violência contra a vítima; 4) Separa pessoas e divide povos; 5) Promove discriminação salarial.
A doutrina cristã ensina que somos todos filhos do mesmo Pai. Em nenhum momento, a cor desse Pai ou de seus filhos é mencionada. Aliás, o principal ensinamento cristão é: “Amai-vos uns aos outros”. Sem qualquer pré-condição.
O racismo muitas vezes tem traço classista. Ou seja, os mais pobres são as vítimas principais. O ambiente de trabalho, infelizmente, confirma essa tese, pois o negro ganha menos que o branco. A mulher negra, muito menos ainda.
Em 2002, o IBGE mostrava: os brancos ganhavam R$ 3.099,00 por mês em média, contra R$ 1.764,00 dos pretos e R$ 1.814,00 dos pardos. O desemprego era bem maior entre a população negra, e assim continua.
O último dia 13 marcou 135 anos da Lei Áurea, que decretou o fim do regime escravista. A Lei aboliu formalmente a escravidão, mas não previu cuidados efetivos pra promover a inclusão dos ex-escravos. Ao contrário: eles foram largados ao léu, o que explica em grande parte o grave problema da exclusão e do racismo estrutural no País.
Lamentavelmente, o mundo é racista. Nos Estados Unidos, o negro era obrigado a ceder ao branco seu lugar no ônibus. O filme “Mississipi em Chamas” mostra como os negros eram caçados e mortos. Foi lá que os supremacistas brancos assassinaram o pastor Martin Luther King.
O sindicalismo mundial tem buscado garantias aos migrantes internos, a africanos, asiáticos, árabes e a pessoas que fogem de perseguições nos países de origem. No Brasil, a legislação sobre a questão racial tem avançado. Dia 12 de janeiro, o Diário Oficial publicou sanção de Lula à Lei 14.532, que tipifica como crime de racismo a injúria racial, com a pena aumentada de um a três anos para de dois a cinco de reclusão.
Vini – Domingo, ele denunciou: "A cada rodada fora de casa, uma surpresa desagradável. E foram muitas na temporada. Desejos de morte, boneco enforcado, gritos criminosos. Não são casos isolados. São episódios contínuos espalhados por várias cidades da Espanha e até em programa de televisão".
Apoio – Nosso Sindicato apoia a luta por igualdade racial e iniciativas que visam valorizar o povo negro, como o Prêmio Abdias do Nascimento. Mas não basta: é preciso que todos se engajem no combate ao ódio racial.
Punições – A imprensa noticia que a Espanha prendeu sete dos que fizeram ataques racistas ao craque brasileiro e que outras punições vão acontecer. Melhor tarde do que nunca.
Força, Vini Jr.!
Josinaldo José de Barros (Cabeça),
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos