Certa vez, Yoko Ono, artista plástica, compositora e então esposa do beatle John Lennon falou: – A mulher é o negro do mundo.
Infelizmente, o que ela disse há mais de 45 anos permanece. Essa infeliz atualidade ressurge, de novo, com as gravações do deputado Arthur do Val (Mamãe Falei). Ele disse imundícies impublicáveis. Mas ficou marcada a sua fala de que “as ucranianas são pobres e fáceis de pegar”.
Em qualquer circunstância, tal fala já seria inaceitável. Mas frente a mulheres cujo país sofre uma dura guerra e elas penam nas filas da migração forçada, as palavras do deputado estadual pelo Podemos de SP soam repugnantes.
Nosso Sindicato, ainda no sábado, publicou Nota de Repúdio. Outras entidades, inclusive as Centrais Sindicais, divulgaram Notas nas quais defendem a cassação do mandato parlamentar, bem como a aplicação de penalidades previstas em lei.
Infelizmente, os diálogos nojentos que vieram à tona não constituem fato isolado. Mamãe, Kim Kataguiri do mesmo naipe e outros pertencem ao MBL (Movimento Brasil Livre), grupo de extrema direita que abusa das agressões a supostos adversários e a setores mais frágeis da sociedade. Este sujeito não tem mãe? Nasceram de onde, então?
Que Mamãe Falei seja duramente punido pela Assembleia Legislativa e a Justiça. Que nunca mais se reeleja a qualquer cargo público. Que os eleitores sejam mais seletivos, até porque na última eleição ele obteve 13.862 votos em Guarulhos.
Março-Mulher – Desde o dia 1º, o Departamento Feminino do Sindicato promove o Março-Mulher. São várias iniciativas, que incluem palestras, lives, ações em portas de fábrica, entrega de boletim, entre outras. Embora a iniciativa seja de um Departamento, toda a diretoria se engaja nessas ações.
Muita gente faz demagogia com a mulher, no Dia Internacional, 8 de março. Não sou contra entregar rosas. Mas que adianta entregar rosas num dia e no outro tratar a mulher como ser inferior, pagar salários muito mais baixos, negar oportunidades profissionais às companheiras? Aliás, quantas mulheres ocupam Secretarias aqui em Guarulhos?
Conclat – Dia 7 de abril, o sindicalismo brasileiro promove a terceira Conferência Nacional da Classe Trabalhadora – a primeira aconteceu em 1981; a segunda, em 2010; e a terceira acontece daqui a 30 dias. A ideia é tirar uma pauta unitária a ser entregue aos candidatos a Presidente da República e a governos dos Estados.
A questão da trabalhadora fazia parte da pauta inicial. Mas agora, frente a essa agressão asquerosa do deputado citado, a causa ganha dimensão maior. Nós, Metalúrgicos de Guarulhos e Região, levantaremos com vigor na Conclat a bandeira da igualdade, contra o preconceito, contra a violência e outras causas justas das mulheres. Sejam trabalhadoras ou não, pois o ataque a uma agride a todas as outras.
Josinaldo José de Barros (Cabeça)
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região