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Tragédia anunciada
quarta-feira, 10 de setembro de 2014
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As decisões que vem sendo tomadas pelo COPOM (Comitê de Política Monetária do Banco Central) de se a alta da SELIC (taxa básica de juros) beneficia somente os bancos e demais instituições financeiras, em favorecimento explícito aos especuladores, em prejuízo ao crescimento dos segmentos produtivos, no que tange a redução do consumo e da geração de empregos, em detrimento ao próprio empresariado, como também a classe trabalhadora.
Os bancos e instituições financeiras são os principais responsáveis pela dívida interna do país, num sistema econômico que somente beneficia o capital financeiro, em prejuízo a produtividade de grande parte das empresas, pois não existe um retorno para sociedade em relação ao capital inserido nesta cadeia prejudicial, ou seja, são os principais detentores dos títulos públicos e, além disso, se beneficiam com as altas taxas de juros, dificultando investimentos que possam acelerar o crescimento do país.
Uma lucratividade que, somada às altas taxas cobradas por essas instituições financeiras, contribui diretamente para esse vil processo, onde contribuintes buscam recorrer á tomada de créditos, e os que conseguem ficam amarrados num processo sem lógica, que além de ser desumano, se contrasta com o potencial do país, no que tange o próprio mercado interno brasileiro, e de suas reservas monetárias.
A manutenção desta política de juros altos é responsável direta pela retirada e carência de recursos públicos, que haveriam de ser direcionados para o próprio crescimento econômico da nação.
Sabemos que a retomada do desenvolvimento envolve cortes rápidos na taxa de juros e uma maior amplitude de medidas de controle de capital, nesse sentido, o governo precisa negociar uma ampla regularização desse sistema, pois, se nada for feito, continuaremos a assistir a sangria do erário público, pois, os trabalhadores e as empresas irão continuar há serem as principais vitimas de todo esse processo.
Reivindicamos a reorganização dessa vil política de favorecimento ao capital e mercado especulador. Não podemos mais aceitar o comprometimento de grande parte da receita do tesouro nacional, nesse círculo vicioso e prejudicial.
Grande parte da população nem tem conhecimento do que está acontecendo. A grande mídia empresarial continua a atender somente os interesses do capital especulador, em prejuízo a notícias reais e esclarecedoras, frente a toda essa questão, no que se refere às necessidades econômicas e sociais de toda a população.
Temos pouco tempo, e as dificuldades e os problemas estão aumentando, o presente e o futuro do Brasil dependem exclusivamente de que seja efetivado, com a máxima urgência, um diálogo nacional referente ao problema dos juros altos.
Antonio Silvan Oliveira, presidente do Sindicato dos Químicos de Guarulhos e Região e CNTQ – Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Químico e vice-presidente da Força Sindical