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Um Sistema Único de Saúde deve atender ao que se propôs quando foi criado
terça-feira, 3 de novembro de 2015
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Por que iniciamos com esse título?
Porque quando algo nunca foi bom e é extinto, ninguém lamenta. Mas, quando acontece o contrário, sofremos pela perda.
Isso é o que está acontecendo com relação ao SUS. Pelo que ele prometia e pelo que vem acontecendo com ele. Um desvirtuamento de suas propostas originais.
Com isso, o sofrimento da população carente é crescente e a nossa indignação também.
Não foi para isso que lutamos. Não foi isso que previmos.
Não há que se falar no fim do SUS.
Pelo contrário. Há que se lutar para um SUS com gestores comprometidos e que demonstrem a eficácia e efetividade de suas ações.
Para isso, faz-se necessário que um sistema como é previsto pela Constituição, para que o cidadão tenha direito à Saúde gratuita, funcione a contento.
A mídia noticia a cada instante a precariedade do atendimento aos doentes em todo o País.
Noticia a escassez de aparelhos para exames subsidiários; a dificuldade existente para resoluções de casos que requerem atendimento cirúrgico; a carência de profissionais de saúde, e a falta de repasse de recursos pela esfera federal, estadual ou municipal.
Recentemente foi amplamente divulgado o enorme problema gerado pelo cancelamento de cirurgias de retina pelo hospital da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), por falta de recursos que deveriam vir do Ministério da Saúde e da Educação.
Os responsáveis pelos ministérios citados, dizem que os recursos deveriam ser repassados pelo Governo de São Paulo- a UNIFESP é estadual, vale lembrar aqui. Neste jogo de empurra-empurra, quem sofre é a população carente
Isto acontecendo num estado como São Paulo. E nas regiões mais pobres do País?
E a gente se pergunta : se a saúde coletiva vai mal, o que dizer da saúde dos trabalhadores e das trabalhadoras?
O que dizer sobre o circulo vicioso do adoecimento decorrente de causas laborais, do encaminhamento ao sistema único de saúde, do retorno desse trabalhador nem sempre completamente restabelecido pelas razões acima explicitadas e que será novamente exposto às condições inadequadas de trabalho?
O que dizer diante dessas inúmeras denuncias e desabafos de uma população que reclama pela falta de cumprimento do que lhe é de direito?
Diante disto, impossível é ficar assistindo a tal esfacelamento sem manifestar nossa apreensão e indignação.
Como representante dos usuários pela Central Força Sindical , no Conselho Nacional de Saúde, faço o meu protesto. Como cidadão, reforço este protesto.
Se a Saúde é um direito de todos e dever do Estado, que o Estado cumpra o seu dever.
É o que queremos! Mais que isso: é o que Merecemos!!!!
João Donizeti Scaboli,
Diretor do Departamento de Saúde do Trabalhador da FEQUIMFAR
2º Secretário de Segurança e Saúde do Trabalhador da Força Sindical
Representante do Conselho Nacional de Saúde
Membro do Conselho Curador da Fundacentro