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Uma ponte para o conhecimento
segunda-feira, 10 de junho de 2013
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Li um artigo em que se lamenta a pouca participação acadêmica – digo, das universidades – na elaboração das alternativas econômicas. As grandes ideias e informações que orientam as iniciativas macro e microeconômicas surgem de grupos informais de economistas atuantes ou até mesmo de profissionais solitários, mas que participam da vida prática, além dos dirigentes e altos funcionários governamentais. Estão longe os tempos dos “economistas da Unicamp” ou dos “economistas da PUC-Rio”.
Um lamento semelhante posso fazer sobre a participação da academia no acompanhamento e estudo da ação sindical.
Mesmo levando-se em conta o justificado retardamento das iniciativas acadêmicas em relação ao curso da vida real – afinal, a universidade elabora a posteriori – a situação de desconhecimento é preocupante.
Há um pessimismo pairando no ar, como um espectro que assombra a universidade.
Sobrevivem, às vezes, alguns aparelhos acadêmicos ideológicos cuja preocupação deformada é influir como se fossem partidos e até adeptos da “oposição” sindical; mas isso os leva também a desconhecerem a realidade.
Assim, quase todas as produções acadêmicas recentes sobre a ação sindical apoiam-se em uma profunda e sofisticada alienação sobre o que anda acontecendo agora no mundo sindical e do trabalho.
As mais volumosas e abrangentes não registram nenhum avanço, nem mesmo constatam o quadro estratégico positivo para a ação sindical, baseado no emprego, ganhos reais de salário e unidade de ação do movimento. O sindicalismo brasileiro, reagrupado e protagonista, fica longe dos olhos da academia.
O movimento sindical para enfrentar essa situação e ajudar a ser ajudado, precisa aproximar-se dos poucos acadêmicos interessados, sem o viés partidista, pela vida dos trabalhadores e pela ação sindical. O Dieese pode ser uma ponte nesta estrada.
João Guilherme Vargas Neto, consultor sindical