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Uma referência sindical: Waldemar Rossi
segunda-feira, 23 de maio de 2016
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No último dia 4, retornando de Osasco para São Paulo depois de participar do lançamento do livro "O Mundo do Trabalho no Cinema", recebi uma notícia que muito me entristeceu: o falecimento de Waldemar Rossi, companheiro metalúrgico formado na ação sindical a partir da Juventude Operária Católica (JOC).
Conheci Rossi em 1974, na sede da JOC, em Santos. Eu tinha 21 anos, trabalhava na Petrobras e participava ativamente da JOC. Rossi havia acabado de sair da cadeia da ditadura, preso pelo DOI-Codi. Rossi conseguiu tanto respeito e admiração por parte dos movimentos sociais que foi escolhido para ler o documento dos trabalhadores, em São Paulo, na visita do papa João Paulo II, em 1980.
Rossi tinha uma preocupação: passar a ideia de um futuro melhor. Isto marcou minha vida como ativista sindical: “Um sindicalismo forte e atuante começa com a organização no local de trabalho a partir do que você tem como diagnóstico para a resolução dos problemas. Avaliem cada passo entre a moderação e a radicalização”.
Ele acreditava que, praticando o princípio sindical a partir do local de trabalho, a estrutura sindical seria renovada. Lição esta, entre outras, que serviu como referenciais históricos, como a eclosão de greves a partir do local de trabalho, em 1978, no Estado de São Paulo, que fortaleceram o sindicalismo.
Tive a chance de aplicar este ensinamento, assim como outros, pelas fábricas pelas quais passei. Estas ações fortaleceram, em mim, a convicção de que a ação sindical eficiente é o que faz a diferença. Alicerce forte, organização forte!
Hoje, participando e no comando de uma das maiores Centrais Sindicais do País, lembrei-me dos ensinamentos desse bom sindicalista.
Neste difícil momento pelo qual passa nosso país, lembremos que o dia a dia, a militância e a comunicação com o povo, que almeja a democracia, são muito mais eficazes do que somente o conchavo parlamentar.
Fica uma lição: a organização de base e a luta no local de trabalho formam o princípio das grandes mudanças nas entidades e na sociedade.
João Carlos Gonçalves (Juruna), secretário-geral da Força Sindical