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Unidade e solidariedade dobram intransigência patronal
sexta-feira, 3 de junho de 2016
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Em épocas de crise intensificam-se pressões sobre o Congresso para redução ou eliminação de direitos trabalhistas, previdenciários e sociais assegurados por leis aos assalariados. O pacote anunciado pelo atual governo interino, por exemplo, propõe um recuo de mais de três décadas em termos de política econômica. As medidas fazem a felicidade do capital rentista e especulador, e jogam o peso da crise econômica sobre o povo e os trabalhadores.
Já nas relações diretas entre capital e trabalho, os empregados e seus sindicatos sofrem com a intransigência patronal nas negociações das campanhas salariais.
Mais de 50 propostas tramitam no Parlamento visando corte de direitos. Nas negociações com os patrões, no nosso caso, os proprietários de postos de combustíveis, têm imperado o autoritarismo e nenhuma disposição para a negociação.
Para resolver estes imbróglios, nós, da diretoria do Sinpospetro-SP, temos apontado que a saída está na unidade dos trabalhadores e na solidariedade entre eles e também entre sindicatos e federações do setor.
Destacamos um exemplo recente: o apoio dado por sindicatos de frentistas (entre os quais, o Sinpospetro-SP) do País, da Fepospetro, da Fenepospetro e da Força sindical à greve de dois dias dos 8 mil companheiros e companheiras da categoria no Distrito Federal resultou num ótimo acordo coletivo.
A categoria conquistou reajuste salarial de 11,1% (aumento real de 0,68% nos salários), retroativo a 1º de março, data-base da categoria. Os trabalhadores também garantiram R$ 1 mil de participação nos lucros e o valor facial do vale alimentação passou de R$ 13 para R$ 14,50 por dia.
Entendemos que a unidade na luta e a solidariedade das entidades dos frentistas dobrou a intransigência patronal, parando 180 d0s 322 postos da capital do país. Esta política tem se mostrado correta porque diversas categorias obtiveram vitórias apesar da recessão que atinge o Brasil.
Os trabalhadores da construção civil de São Paulo, por exemplo, conduziram sua greve de três dias com apoio dos metalúrgicos e costureiras, entre outras categorias. Com a unidade, eles conquistaram reajuste salarial e melhores condições de vida e de trabalho
Isto prova que, para o movimento sindical, a solidariedade internacional entre trabalhadores é fundamental na luta de classes. Surgiu ao mesmo tempo em que o movimento operário expandiu-se e passou a tomar consciência da comunidade de interesses e da necessidade de se ajudar na luta contra o capital.
Rivaldo Morais da Silva, presidente do Sindicato dos Frentistas de São Paulo (Sinpospetro-SP) e vice-presidente da Federação Nacional dos Frentistas (Fenepospetro)