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Vamos buscar aumento real de salário
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
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Mais de 1,6 milhão de trabalhadores ligados a sindicatos filiados à Força Sindical no Estado de São Paulo têm data-base entre setembro e novembro e se encontram em campanha salarial. São empregados de empresas de alimentação, comerciários, telefônicos, empregados em edifícios, químicos e metalúrgicos. E não haveria melhor momento para essas campanhas acontecerem.
Ao contrário do final ano passado, a crise econômica dá sinais de que está indo embora. O PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 1,9% no último trimestre e, ao contrário do que se esperava, o Brasil deve fechar o ano com crescimento positivo.
Isso se deve a combinação de uma série de fatores que contaram com a participação das centrais e do movimento sindical brasileiro. Em primeiro lugar, o mercado interno cresceu, principalmente nas camadas mais pobres, graças ao aumento do salário mínimo, que vem subindo bem acima da inflação desde o acordo das centrais sindicais com o governo federal, três anos atrás.
Em segundo lugar, as centrais sindicais apoiaram a redução de impostos sobre veículos, eletrodomésticos e outros produtos industrializados. O preço menor manteve as vendas em alta e garantiu a manutenção de milhares de empregos.
Se, como mostrou o Dieese, a maioria dos acordos de 2008 (87%) e do início de 2009 (93%) conseguiram, em plena crise, repor ou ter ganhos salariais acima da inflação, agora que a economia retomou o crescimento, nós não devemos nos contentar com menos.
Nossos sindicatos têm o dever de buscar aumento real de salários, principalmente naqueles que compõem os pisos das categorias. Precisamos deixar claro para os setores patronais que salários melhores significam aumento no poder aquisitivo dos brasileiros e melhora de toda a atividade econômica do país. No Brasil ainda se paga salários muito abaixo daqueles praticados no primeiro mundo. E, se queremos ser um país de primeiro mundo, temos que ter salários compatíveis com essa condição.
Por fim, nestas campanhas salariais outra prioridade deve ser a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, conquista já obtida por algumas categorias, como a dos trabalhadores nas indústrias farmacêuticas e borracheiros do Estado. Com uma jornada menor, os trabalhadores podem se dedicar mais ao estudo, ao lazer e à família, o que, sem dúvida, melhora em muito a qualidade de vida.
Danilo Pereira da Silva é presidente da Força Sindical São Paulo