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Vamos revelar os números
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
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Ainda que seja prematuro avaliar os resultados da medida tomada pelo governo, de elevar o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para carros importados e para aqueles com conteúdo nacional inferior a 65%, alguns desdobramentos das medidas chamam atenção.
Montadoras chinesas acenam com a manutenção dos preços, enquanto as instaladas no Brasil, que não tiveram aumento de imposto, mas que também importam, estão reduzindo preços dos seus importados. Isso mostra que há margem para redução de preços no Brasil.
Diante dessa situação, chama atenção declaração de executivos da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) de que, enfim, terão noção do tamanho do lucro das montadoras sul-coreanas e chinesas que operam no Brasil, lembrando que elas também recebem incentivos em seus países.
Os consumidores brasileiros e o movimento sindical também têm interesse em conhecer esses números, mas querem saber também quanto lucram as montadoras instaladas no aqui Brasil, tendo em vista que a remessa de lucro do setor automotivo para suas matrizes, segundo o Banco Central, cresceu 32,8% de janeiro a agosto deste ano, frente ao mesmo período de 2010, o que corresponde a US$ 4 bilhões. No mesmo período do ano passado, essa remessa correspondeu a US$ 3 bi.
O movimento sindical aprova as exigências da medida que elevou o IPI, pois beneficiam a produção nacional e os empregos, mas também cobra das montadoras aqui instaladas transparência sobre as suas operações. A Anfavea também precisa revelar os lucros do setor.
Os metalúrgicos defendem maior investimento do setor em inovação e qualificação profissional, melhores empregos e produção de veículos mais eficientes, mais baratos e com baixa emissão de CO².
Miguel Torres
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e Vice-presidente da Força Sindical