As primeiras denúncias foram feitas em redes sociais. A mídia grande confirmou algumas e as noticiou. As centrais sindicais organizaram a busca de confirmações e instalaram aplicativos para novas denúncias.
O Ministério Público do Trabalho comprovou as tentativas criminosas e investigou alguns dos autores, obrigando-os a fazer termos de ajustamento de conduta. Até hoje já foram registradas quase 200 denúncias, a maioria das quais na região sul.
O MPT publicou “o que fazer em caso de coação ou assédio eleitoral” e uma nota conjunta com o Ministério Público Federal.
Trata-se, como já deve ter ficado evidente, de comprovadas atividades criminosas de empresários e patrões que pressionam os trabalhadores e as trabalhadoras com ameaças de demissão ou de fechamento das empresas em caso de vitória eleitoral de Lula, chantageando-os para votarem em Bolsonaro.
São crimes eleitorais, mas também são crimes trabalhistas e pela desfaçatez de algumas das amostras merecem repúdio forte e generalizado. A vigilância deve ser efetiva coibindo a exacerbação de uma prática que vem desde o tempo do coronelismo e do cabresto e tenta validar o despotismo da fábrica.
As direções sindicais, ao mesmo tempo em que vigiam e denunciam, têm exigido atitudes firmes de todas as instituições democráticas contra esses abusos.
Na luta eleitoral legítima os dirigentes produziram um material de informação, aprovado por todas as centrais sindicais, que denuncia o massacre do trabalhador por Bolsonaro, que não respeita ninguém e faz maldade atrás de maldade. O boletim, frente e verso, deverá ser distribuído na próxima semana em todas as manifestações, assembleias e mobilizações do movimento sindical.
João Guilherme Vargas Netto é membro do corpo técnico do Diap e consultor sindical de diversas entidades de trabalhadores em São Paulo