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Vigilância ilegal prejudica a categoria e a população
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
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A categoria dos vigilantes é formada por profissionais sérios e habilitados para protegerem bens e pessoas. Infelizmente, ocorre – não só em São Paulo, mas em todo o país – a atuação de pessoas e empresas ilegais.
Para ser um vigilante é preciso passar por curso preparatório. Apenas para fazer esse curso é necessário apresentar atestado de antecedentes criminais original. O atestado não pode ter nenhum registro de antecedente, caso tenha, o candidato não poderá se tornar um vigilante. Além disso, as escolas exigem documentos como: comprovante de residência, histórico escolar, CPF, RG, Título de Eleitor e comprovante de votação na última eleição. Tudo isso para ter certeza que a pessoa a qual faz o curso de vigilante é um cidadão de bem que cumpre com suas obrigações. Depois do curso, o profissional recebe da Polícia Federal a CNV – Carteira Nacional do Vigilante – que permite exercer a profissão legalmente. Esse documento tem validade de quatro anos, depois o vigilante deve passar por curso de reciclagem para então ter uma nova CNV.
Mas há profissionais não qualificados e que não passaram por nenhum tipo de treinamento para trabalharem com vigilância. Há, ainda, policiais que nos momentos de folga fazem “bicos” como segurança de pessoas, bancos e diversos tipos de estabelecimentos. As duas situações são ilegais. A função só pode ser exercida por profissional com os requisitos descritos acima. E policiais, apesar de terem preparo, não têm licença para execução de tal tarefa.
As empresas ilegais, ou mesmo as legalizadas, costumam oferecer serviços de vigilância mais baratos para seus clientes. Esses serviços são executados por profissionais que recebem as mais diversas denominações, como: porteiros, fiscais de piso, vigias, guardas, dentre outros. São os profissionais despreparados e ilegais que se passam por seguranças e vigilantes. A população pensa que está protegida em locais públicos – como shoppings, por exemplo – mas a verdade é que está sob olhar de pessoas despreparadas física e psicologicamente para trabalharem com segurança, mas que se vestem e que se comportam como se realmente fossem trabalhadores legais da área.
O problema da segurança ilegal para a categoria é que os nossos profissionais qualificados muitas vezes ficam sem emprego por perderem postos de trabalho para outros que não sabem executar a função e que são muito mais baratos para contratação. E, ainda pior, a sociedade tem a falsa idéia de estar protegida em determinados locais, sendo que um profissional mau preparado não saberá como reagir em momentos cruciais.
Deixo aqui meu alerta em nome da categoria para toda a população e para contratantes dos serviços de segurança. Não se deixem enganar! Pagar menos por vigilância pode custar muito caro no futuro.
Pedro Francisco Araújo, é presidente da Federação dos Trabalhadores em Segurança e Vigilância Privada, Transporte de Valores, Similares e Afins do Estado de São Paulo (FETRAVESP)