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Vírus Zika e saneamento
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016
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No segundo turno da eleição municipal de 2012, um grupo de metalúrgicos decidiu apoiar o candidato do PT, Sebastião Almeida. O apoio foi firmado em torno de compromissos, numa carta que o candidato assinou publicamente. Um dos itens recomendava forte investimento em saneamento básico, setor no qual Guarulhos estava atrasada há décadas.
Por incrível que pareça, o próprio Município atentava contra o meio ambiente. Uma das vítimas era nosso Clube de Campo, cujo córrego sofria despejos pelo SAAE. Cobramos o fim desse absurdo e logo no início do governo o despejo foi suspenso. O ganho foi duplo, pois acabou a poluição e o Sindicato economizou no custoso tratamento que tinha de fazer.
O saneamento básico em Guarulhos saiu do zero, mas está longe do ideal. A condição nacional, no entanto, é muito pior, pois grande parte da população não tem água limpa e esgoto tratado, além do que comunidades inteiras vivem às margens de córregos imundos ou de lixões. Isso é gravíssimo para a saúde.
A epidemia do vírus Zika vem denunciar o descaso dos governos. A Organização Mundial da Saúde alerta que os casos do vírus que afeta grávidas e lesiona bebês pode chegar a 1,5 milhão. Segundo dirigente da OMS, “a disseminação das doenças geradas pelo Aedes Aegypti passou de ameaça moderada para alarmante”.
O que fazer? Primeiro, realizar uma verdadeira guerra de infantaria contra o mosquito, em todo o território nacional, acompanhada de uma forte campanha de esclarecimento. A imprensa também precisa massificar informações e orientações. E a rede pública tem de receber o aporte necessário para dar conta da demanda real.
O Brasil entrou atrasado na elaboração de políticas para o setor. O Plano Nacional de Saneamento Básico só veio em 2007. A Lei 11.445 define como saneamento o conjunto de serviços, infraestrutura e instalações de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem de águas pluviais urbanas. Cabe o comando ao governo federal e a coordenação ao Ministério das Cidades.
Guarulhos avançou no saneamento graças à iniciativa da nossa diretoria e assessoria. Não é de agora que tenho sugerido ao movimento sindical empunhar essa bandeira e disputar recursos no âmbito do Plano de Diretrizes Orçamentárias. Saneamento básico é a verdadeira ecologia dos pobres. Mas o vírus Zika, embora se manifeste mais em locais carentes, não escolhe classe social pra atacar.
José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
E-mail: pereira@metalurgico.org.br
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