Por estes dias a grande tarefa das direções sindicais responsáveis – e entre estas a justiça manda destacar o nome do companheiro Miguel Torres – tem sido agir no Senado para derrotar a MP 1.045, eliminar os jabutis e impedir a nova deforma trabalhista. Os esforços foram recompensados com a sua rejeição.
Além das viagens a Brasília e das reuniões com bancadas, líderes e muitos senadores, os dirigentes responsáveis em vários estados procuraram os parlamentares locais, discutindo com eles e os motivando, como aconteceu no Paraná, em Santa Catarina, na Bahia e no Ceará, por exemplo.
A vitória coroou a persistência que compreendeu as contradições entre os deputados e os senadores e as explorou e foi meritória em pelo menos dois sentidos.
Em primeiro lugar porque as direções agiram em defesa do interesse imediato e permanente dos trabalhadores e em segundo lugar, mas não menos importante, porque não caíram no erro voluntarista que contaminou algumas outras e as levou a delírios de grandeza deslocada.
Além da tarefa cumprida de alcance estratégico (agora reforçada pela vitória) os dirigentes responsáveis preocupam-se também em organizar as campanhas salariais de suas categorias, aprovando pautas reivindicatórias e de resistência e aproximando-se efetivamente de seus representados.
Esta combinação de atuação na cúpula e na base deve reforçar hoje todo empenho das direções, principalmente naquelas entidades em que se programam também congressos ou reuniões nacionais de caráter deliberativo.
A presença sindical relevante é difícil e trabalhosa, mas a ação unitária, inteligente e persistente das direções – mesmo que aparentemente não heroica, não midiática ou não radical – é garantia de novas vitórias maiúsculas.
João Guilherme Vargas Netto
É membro do corpo técnico do Diap e consultor sindical de diversas entidades de trabalhadores em São Paulo