Votar e fortalecer a democracia

Este é o último artigo que publico antes das eleições de domingo. Reafirmo que serão as eleições mais complicadas desde a redemocratização do País, conquistada pelo povo e liderada por uma ampla frente nacional, que ia de estudantes a trabalhadores, de empresários progressistas a setores nacionalistas das Forças Armadas.

Tudo indica que haverá segundo turno. E, no meu entendimento, a eleição presidencial será vencida por quem se mostrar mais amplo e capaz de unir o País em torno de um projeto democrático e de retomada do crescimento da economia. Não pode, portanto, ser eleição vinculada a um salvador da pátria ou a um partido só.

Nós, do campo democrático, temos várias tarefas cívicas. A primeira é eleger os melhores, os mais preparados, os verdadeiramente comprometidos com os reais interesses do povo brasileiro. No que diz respeito à Presidência, o setor democrático tem pelo menos quatro bons candidatos. Portanto, opções não nos faltam.

Temos, também, de usar a força do voto pra melhorar a qualidade do Congresso Nacional. É uma vergonha que muitos deputados e senadores concorram à reeleição não porque tenham propostas boas, mas sim pra manter o foro privilegiado que os afasta das mãos da polícia. Um Congresso desse nível jamais produzirá bons frutos.

Outra tarefa que nos compete é trabalhar para que haja governabilidade. O erro de 2014, quando Aécio abriu guerra a Dilma e o ambiente político virou um inferno, não pode mais se repetir. O Brasil não aguenta outra crise política dessa gravidade e uma recessão tão prolongada, que desemprega milhões, precariza o trabalho, arrocha a renda e impõe imensos sacrifícios à classe trabalhadora.

Portanto, devemos ir votar, em massa. Devemos eleger os mais preparados. E devemos, no momento seguinte, cuidar da governabilidade, para que o interesse nacional seja colocado acima de pendengas políticas e partidárias. Mais amor ao Brasil, menos ódio, mais trabalho e mais justiça. É o que qualquer pai de família quer e defende.

Constituição – Sexta, dia 5, a Constituição da República Federativa do Brasil completa 30 anos. Tenho orgulho de fazer parte da geração que lutou pela Assembleia Nacional Constituinte e atuou durante o processo constituinte pela restauração do Estado Democrático de Direito.

Vejo na Constituição um porto seguro para os brasileiros. Devemos respeitá-la e fazer com que seus princípios sejam cumpridos. Nesta data tão importante, homenageio o grande Ulysses Guimarães, de quem cito a frase: “Trair a Constituição é o mesmo que trair a Pátria”.

Viva a democracia. Viva a liberdade. Viva a Constituição-cidadã!

José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região e Secretário nacional de Formação da Força Sindical
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