É o que temos pra hoje. Estamos numa batalha contra um fascismo que nunca imaginamos que adquiriria essas proporções dentro da sociedade brasileira… e crescendo! Não importa agora como chegamos até aqui, os erros do PT, os erros das esquerdas, centro-esquerdas e centro em geral. O fato é que temos um louco pressionado no poder, que é capaz de qualquer coisa pra não perder a imunidade como presidente (minúsculo mesmo). Sabe que está segurando há anos a investigação e processo movido pelo Ministério Público Federal, com a ajuda da Polícia Federal, e que saindo do poder ele e toda a sua família devem ser presos (leiam o livro da jornalista Juliana Dal Piva, “O Negócio do Jair”).
Estamos numa batalha contra o fascismo e não fosse a democracia conquistada, com muita luta, e plasmada na Constituição Cidadã de 1988, poderíamos estar travando essa batalha em armas e não em votos. Dar fôlego ou chance de questionamentos a esse psicopata pode nos levar a isso, inclusive. Não por acaso ele armou seus milicianos e a parte fanatizada da população.
Precisamos voltar à democracia para fazer o bom combate. Aquilo que falhamos em fazer durante os 14 anos de sucessivos governos do PT: uma oposição consequente. Mas precisamos ter essa oportunidade e, para isso, a não ser que o Bolsonaro renuncie, morra, ou fuja do Brasil, o Lula precisa ganhar essa eleição porque não tem outro candidato passível de chegar ao 2o turno. E não é hora de marcar posição ou fazer barganhas políticas por cargos ou espaços de poder. Melhor concentrar-se em eleger uma robusta bancada federal que possa dar sustentação a avanços no Plano de Desenvolvimento Nacional defendido por Ciro. O Presidente nada faz sem o Congresso Nacional.
Aliás, os escândalos de corrupção, divulgados amplamente por uma imprensa direitista, nada mais foram do que uma prática centenária republicana para garantir a governabilidade, além de dinheiro utilizado em campanhas políticas para eleger seus candidatos. Atire a primeira pedra o partido ou sindicato que nunca destinou recursos extras pra eleger seus candidatos.
Não que justifique, mas explica. Assim como milhares de dólares enviados aos países em desenvolvimento, tirando-os da dependência dos países desenvolvidos, na expectativa de estabelecer laços e parcerias entre os países do hemisfério sul, para criar um novo bloco geopolítico e uma nova ordem mundial.
Comparar a corrupção de Lula, partidária e ideológica, com a desenvolvida por mais de 30 anos pelo clã dos Bolsonaros é um grande erro. Lula não fez fortuna pessoal. Os presos por corrupção do PT (como José Dirceu, Antônio Palloci, João Vaccari, Delúbio e outros) não compraram imóveis de 3 milhões em dinheiro vivo. Consideraram-se, e realmente o foram, presos políticos.
Por isso, caso não haja um “act of God” nesse meio tempo (e não que seja minha opção política), vou votar consciente e responsavelmente em Lula no primeiro turno e torcer para que ele consiga agregar todas as forças democráticas em torno do seu governo.
Ruth Coelho Monteiro, da Executiva Nacional da Força Sindical